São Paulo - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou suas previsões para o crescimento global, alertando que a crise da dívida na zona do euro é a maior ameaça à economia mundial. Com relação ao Brasil, a taxa de crescimento prevista para este ano é a menor dos Brics. À luz do cenário econômico ruim, a OCDE pediu que os bancos centrais se preparem para mais afrouxamento monetário excepcional se os políticos não conseguirem dar respostas críveis à crise da dívida.
Em seu relatório semestral Perspectivas Econômicas, o órgão previu que a economia global crescerá 2,9% este ano, antes de expandir 3,4% em 2013. A estimativa marcou uma forte queda desde a última projeção da OCDE em maio, de 3,4% para este ano e de 4,2% em 2013.
Com relação ao Brasil, a OCDE projeta crescimento de 4% em 2013, acelerando-se em relação à alta de 1,5% esperada para o PIB neste ano. Para 2014, a organização projeta expansão de 4,1% para o PIB brasileiro.
A taxa de crescimento prevista para o Brasil neste ano, contudo, é e a menor dos Brics (grupo composto também por China, Rússia, Índia e África do Sul).
Para a China, a OCDE espera um avanço de 7,5% em 2012, seguido por altas de 8,5% do PIB em 2013 e de 8,9% em 2014. A Índia deve acelerar-se de 4,5% neste ano para 5,9% em 2013 e 7% em 2014, enquanto a Rússia deve crescer 3,4% em 2012, 3,8% em 2013 e 4,1% em 2014. A África do Sul deverá avançar 2,6% em 2012, 3,3% em 2013 e 4,0% em 2014.
A zona do euro está enfrentando dois anos de contração econômica, enquanto os Estados Unidos correm o risco de entrar em recessão se os parlamentares do país não chegarem a um acordo para evitar uma combinação de aumentos de impostos e cortes orçamentários que entrarão, caso contrário, em vigor no ano que vem.
Washington
Desde que o impasse em Washington seja superado, a maior economia do mundo irá crescer 2% por cento no ano que vem, estimou a OCDE, cortando sua projeção de 2,6% em maio. Para este ano a previsão é de 2,2% (contra os 2,4% previstos em maio). "O abismo fiscal norte-americano é uma fonte muito importante de preocupação, mas o maior risco continua sendo a zona do euro", afirmou o economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan. "A razão para isso não é apenas recessão, mas o fato de que diferentes ciclos de política negativa entre dívida soberana, a situação bancária e riscos de saída permanecem".
Fonte: Valor Econômico
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