A Braskem informou ontem que está em contato com a Comisión Nacional de Valores (CNV) da Argentina, órgão que regula o mercado de capitais naquele país, para tratar sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelas ações detidas pelos minoritários da Solvay Indupa. A CNV rejeitou a proposta da petroquímica brasileira por considerar inadequado o preço oferecido.
Ao mesmo tempo, as ações da Indupa, que estavam suspensas desde meados de dezembro, voltaram a ser negociadas na Bolsa de Comércio de Buenos Aires com perda acentuada. Os papéis encerraram o pregão em baixa de 39,3%, para 3,46 pesos argentinos, em um movimento de correção de preços frente à forte valorização em 2013 e de ajuste ao valor proposto pela Braskem na OPA, de 1,35 peso argentino por papel.
No ano passado, na bolsa argentina, as ações da Indupa saíram de 1,25 peso argentino, em janeiro, para 5,70 pesos em 17 de dezembro, quando a Braskem anunciou o acordo de compra da fatia majoritária detida pelo grupo belga Solvay. A disparada dos papéis, bem como do volume negociado em bolsa, teve início em julho, quando ganharam força os rumores de que a venda da companhia estava perto de se concretizar.
Em nota, a Braskem reiterou que o valor proposto é justo e informou que ficou "surpresa com a decisão" do órgão regulador "de rejeitar o preço de sua OPA à luz da nova Lei de Mercado de Capitais da Argentina". A petroquímica disse ainda que "está em diálogo com a CNV para compreender as objeções concretas que embasaram sua manifestação e definir os próximos passos".
O preço oferecido na OPA, conforme a petroquímica, embute prêmio de 153% sobre o valor a ser pago pela petroquímica ao grupo belga Solvay, controlador da Solvay Indupa, que concordou em vender 70,59% do capital social da fabricante de soda cáustica e resina de PVC.
Para a oferta de aquisição das ações remanescentes, representativas de 29,41% do capital da Indupa, a Braskem tomou como base "duas avaliações econômicas recebidas por avaliadores independentes e dois pareceres jurídicos de escritórios de advocacia na Argentina".
O entendimento da petroquímica, apurou o Valor, é o de que a legislação argentina estabelece que o preço oferecido na OPA deve representar a ponderação de três fatores - avaliação independente, valor contábil e média do preço de mercado nos seis meses anteriores - ou apenas um desses critérios. E a Braskem escolheu a avaliação de agentes independentes para definir o valor da operação.
A petroquímica brasileira anunciou em 17 de dezembro a compra da participação da Solvay na Indupa, em operação que avalia a empresa em US$ 290 milhões. Com o negócio, a Braskem entrará para o grupo dos quatro maiores produtores da resina nas Américas, com capacidade total de 1,25 milhão de toneladas anuais de PVC e 890 mil toneladas por ano de soda.
Fonte:Valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo
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