A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição pela 3R Petroleum da participação de 62,5% da Petrobras nos ativos relacionados à produção e exploração de petróleo e gás no campo Papa-Terra, localizado na Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro.
A operação foi anunciada em julho e fechada por US$ 105,6 milhões — US$ 6 milhões pagos à vista, US$ 9,6 milhões no fechamento da transação e US$ 90 milhões em pagamentos relacionados aos níveis de produção de preços futuros do petróleo.
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Localizado na Bacia de Campos, o campo de Papa-Terra faz parte da concessão BC-20, em lâmina d’agua de 1.200 metros. A Petrobras era detentora de 62,5% da operação do campo e a Chevron ainda detém os 37,5% restantes. O campo iniciou sua operação em 2013 e a produção média de óleo e gás em 2021, até junho, foi de 17,9 mil barris de óleo equivalentes por dia, por meio de duas plataformas, P-61, do tipo TLWP, e P-63, do tipo FPSO, nas quais é realizado o processamento de toda a produção.
Como justificativa para a realização da operação, representantes das empresas alegaram que para a 3R Petroleum ela marca o início de suas operações em águas profundas, reforçando o objetivo do grupo de construir um portfólio diversificado de ativos maduros, além de ampliar a produção nacional e a sua capacidade de reposição e incremento de reservas.
Já para a Petrobras, a operação está alinhada à sua estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra profundas, onde a companhia tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.
O Cade deu aval para a operação ao verificar que a participação conjunta dessas companhias no mercado de exploração e produção de petróleo e gás natural será inferior a 1%, nos dois cenários analisados. O órgão antitruste só passa a conter negócios que envolvem cerca de 20% do faturamento em determinado setor. Assim, foi dado aval a essa aquisição, com a Superintendência argumentando que ela não deverá prejudicar a competitividade empresarial.
A operação ainda está sujeita à aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Fonte: Valor