A Camargo Corrêa S.A., holding do grupo Camargo Corrêa que controla e tem participação em diversas empresas, anunciou nesta quinta-feira (14) a mudança de nome para Mover.
A mudança acontece quase 3 anos depois da empreiteira Camargo Corrêa ter fechado acordo de leniência com Ministério Público Federal (MPF) e a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em meio às investigações da operação Lava Jato.
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"A mudança tem como base o movimento estratégico iniciado há três anos, com a transformação de um modelo de gestão de grupo econômico com administração familiar para o foco na gestão de portfólio. O novo nome reflete o reposicionamento da companhia, sob a nova estratégia de negócios, combinada com a experiência consolidada do grupo em segmentos complexos da economia", afirmou a holding em comunicado.
Em 2015, a construtora Camargo Corrêa fechou acordos de leniência que somam R$ 804 milhões a serem devolvidos pela empresa em virtude do esquema investigado pela Lava Jato.
Impactada pelas investigações da operação, a Camargo Correa se desfez de parte de seus ativos nos últimos anos. Em 2015, vendeu o controle da Alpargatas e, em 2016, vendeu sua fatia de 23% no bloco de controle da CPFL Energia, em transações avaliadas em R$ 8,6 bilhões.
Atualmente, os negócios da holding incluem empresas nos setores de cimento (InterCement), transporte e mobilidade urbana (CCR), engenharia e construção (Camargo Corrêa Infra), incorporação imobiliária (Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e HM), têxtil (Santista), outsourcing (Vexia) e indústria naval (EAS).
"As empresas da holding encerraram o ano de 2017 com operações na América Latina, Europa e África, contando com aproximadamente 20 mil profissionais diretos", destacou a Mover.
"A holding passa a trazer um nome mais curto e simplificado, o que é positivo para a internacionalização. Já o novo slogan – Pensar junto é criar valor – que acompanha a marca, expressa uma postura mais moderna, orientada para as tendências de mercado, cada vez mais criativo, com ações compartilhadas e foco no resultado e retorno do capital alocado", acrescentou.
Empresas mudam de nome após a Lava Jato
A Camargo Correia não é a primeira a mudar o nome ou a logomarca após a Lava Jato.
A Engevix mudou o nome para Nova Engevix. A Odebrecht manteve o nome para a holding, mas decidiu retirar o nome "Odebrecht" de diversas unidades de negócio. A Odebrecht Óleo e Gás mudou para Ocyan, a Odebrecht Realizações Imobiliárias passou a se chamar OR e a Odebrecht Agroindustrial virou Atvos. Já a Braskem, controlada pela Odebrecht, retirou o vermelho do logotipo.
Para virar a página, empresas da Lava Jato investem em planos anticorrupção
Fonte: G1