A campanha publicitária pelo aumento da alíquota dos royalties da mineração criada pelo governo mineiro e pelo senador Aécio Neves (PSDB), com apoio da sociedade civil, custará R$ 4,5 milhões em 30 dias de veiculação, apurou a Folha.
A conta será paga pela empresa pública Codemig, a mesma que construiu e pagou a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro idealizada por Aécio. A obra foi entregue em 2010 ao custo de R$ 1,7 bilhão.
O valor da campanha corresponde a 2,5% dos R$ 181,4 milhões que o Estado recebeu em 2011 dos royalties da mineração --aos municípios mineradores coube a maior parte do bolo: R$ 512 milhões.
Minas é o maior produtor de minério de ferro do país, seguido pelo Pará.
Atualmente, as mineradoras pagam até 3% do faturamento líquido do minério comercializado (do cálculo são extraídos tributos, seguro e transporte).
Aécio disse ter aberto mão do seu projeto que elevava a Cfem (Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) para 5% do faturamento bruto para apoiar o do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que propõe 4%.
Segundo o governo do Estado, a tributação sobre o minério de ferro até 1988 equivalia a US$ 1,30 por tonelada. Atualmente, o valor é de US$ 0,26.
Em Minas, a campanha "Minério com mais Justiça" será veiculada nas TVs, rádios, jornais e revistas. Nacionalmente, ela será veiculada em canais da TV paga.
Personalidades mineiras como Ivo Pitanguy e Ziraldo participam da campanha. Eles aparecem entre mineiros anônimos fazendo o gesto de um abraço, uma espécie de chamamento pela adesão à causa.
As seções mineiras da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e a associação dos municípios integram a campanha.
Tanto o governador Antonio Anastasia (PSDB) quanto Aécio disseram ser essa uma "campanha cívica", que tem o propósito de pressionar governo e Congresso a aprovar a mudança na alíquota dos royalties minerais. As mineradoras são contra.
fonte: Folha/PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE
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