O processo de venda dos ativos da divisão Steel Americas, do grupo ThyssenKrupp, está acelerado. Na próxima semana, os alemães podem receber as propostas firmes dos candidatos na disputa pelo controle da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Brasil, e pelos 100% da unidade de laminação do Alabama, nos Estados Unidos, apurou o Valor.
De posse dessas ofertas, o grupo alemão irá avaliá-las e fechar a escolha dos vencedor (ou vencedores), que poderão dar início ao processo de "due dilligence" completo dos ativos. A expectativa de envolvidos na negociação é que a venda da Steel Americas pelo grupo ThyssenKrupp pode estar totalmente concluída no fim do primeiro trimestre de 2013.
Pela CSA concorrem a Ternium, braço siderúrgico do grupo ítalo-argentino Techint, e a CSN, de Benjamin Steinbruch. Na briga pela laminadora do Alabama estão a CSN, a japonesa JFE e as americanas Nucor e AK Steel.
No caso da CSA, o processo de venda inclui ainda uma negociação com o BNDES para a transferência de um financiamento de R$ 2,4 bilhões da empresa para o futuro controlador. Para isso ocorrer terá que haver a anuência do banco em relação ao novo controlador, que assumiria a titularidade do empréstimo. No caso de não haver aprovação do novo sócio, a CSA terá que quitar seu débito com a instituição conforme regra do BNDES que vale para todos os contratos.
Nesta semana, o grupo alemão divulgou balanço do ano fiscal de 2011/2012 informando um prejuízo de € 189 milhões. Esse valor não considerar a baixa contábil de € 3,6 bilhões dos ativos da Steel Americas. Contabilizando a baixa contábil o prejuízo do conglomerado foi de € 4,7 bilhões.
Após a baixa, o valor de livro das duas usinas de aço passou a ser de € 3,9 bilhões, menos da metade do total investido pelos alemães no negócio. Em termos do investimento alocado, o Citigroup avaliou, em relatório de junho, que a CSA respondeu por dois terços e a laminadora por um terço do total investido - em torno de € 10 bilhões.
A Vale está como observadora desse processo, pois detém quase 30% do capital da siderúrgica brasileira CSA. Para a mineradora, segundo apurou o Valor, o importante é que o novo sócio seja "idôneo". E não seja concorrente na mineração, conforme fixa o acordo de acionistas.
Na disputa entre Ternium e CSN as apostas do mercado se dividem, principalmente pelo fato de a CSN ser de capital nacional.
Em termos de perfil financeiro, a Ternium apresenta - com base nos números de balanço até setembro - uma posição mais confortável, com uma relação dívida líquida /Ebitda de 1,1% vez, enquanto a da CSN é superior a 3 vezes. Em 30 de setembro, a Ternium tinha um caixa líquido de US$ 328 milhões e dívida líquida é de US$ 1,7 bilhão. O resultado operacional (Ebitda) anualizado até o fim de setembro era de US$ 1,4 bilhão.
A Ternium fez uma baixa grande no caixa quando comprou participação na Usiminas por R$ 5 bilhões. Antes, tinha um caixa de US$ 2,2 bilhões. A Ternium, é uma companhia com vendas anuais superior a US$ 9 bilhões. Neste ano, até setembro, obteve receita US$ 6, 5 bilhões.
A CSN, no fim de setembro, tinha dívida líquida de R$ 15,5 bilhões e caixa de R$ 14,5 bilhões (US$ 7 bilhões). O Ebitda anualizado da CSN estimado pelo Santander é de R$ 3,9 bilhões e a receita líquida de R$ 16,3 bilhoes.
Fonte:r Valor Econômico/Vera Saavedra Durão | Do Rio
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