Com a crise em 2008 nos Estados Unidos e na Europa, o excedente da produção industrial chinesa, um dos motores do crescimento médio acima de dois dígitos registrado na última década pelo país asiático, foi voltado para outros mercados mais periféricos, como a América Latina e a África. Esse movimento se intensificou e se diversificou nos últimos dois anos, fazendo com que, de 2010 para cá, o anúncio de investimentos chineses no Brasil somasse US$ 28 bilhões.
A estimativa é do professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Roberto Dumas, apresentada nesta quinta-feira (16) durante palestra sobre a economia da China promovida pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Segundo ele, com a menor demanda global por produtos manufaturados o governo chinês apostou no investimento para a economia continuar crescendo. O Brasil, para Dumas, está começando a sentir esse efeito, e a tendência é de que isso aumente.
“Eles precisam crescer muito anualmente para evitar conflitos sociais. O país passa por profunda transformação com mudança da população da zona rural para a urbana. Foxconn, Chery, ZTE, só para citar empresas ligadas à indústria, já estão nesse caminho de chegada ao Brasil. Também foram anunciados investimentos em energia renovável e agricultura, um dos pilares do próximo plano quinquenal deles”, afirmou Dumas.
Fonte: Valor / Rodrigo Pedroso
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