As importações de soja pela China, maior comprador do mundo da commodity, subirão 17% no ano que termina em setembro, para um recorde de mais de 70 milhões de toneladas, de acordo com uma previsão divulgada nesta quarta-feira por um órgão oficial.
O apetite por soja pelo gigante asiático tem crescido à medida que a segunda maior economia do mundo se expande, e que cresce a demanda por ração para alimentar suínos e aves para a indústria de carnes.
A previsão do Centro Nacional de Informações de Grãos e Oleaginosas é maior do que a estimativa de 69 milhões de toneladas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para o ano atual.
"O grande aumento das importações está sendo impulsionado pela forte demanda interna sustentável. A capacidade de esmagamento e volumes tem aumentado constantemente", disse o centro em um relatório.
O uso de importações de soja como garantia em acordos de financiamento também impulsionou os embarques, disse.
ARMAZENAMENTO
O armazenamento de soja produzida na China por Pequim tem mantido os preços locais do produtos acima dos preços do grão importado, levando processadores a buscar importações mais baratas.
Um grande volume de soja barata importada também tem sido utilizada em processamento de alimentos, disse o centro sem entrar em detalhes.
DESACELERAÇÃO
O crescimento das importações deverá desacelerar em 2014/15, com embarques totais estimados para subir até cerca de 4%, a 73 milhões de toneladas, disse o órgão. Isso está em linha com as previsões do USDA.
"As importações no próximo ano vão diminuir o ritmo à medida que o mercado tem de digerir grandes estoques após as importações excessivas no ano em curso. A oferta de soja doméstica será ampla no próximo ano", disse um analista do centro.
Importações de soja pela China a partir de agosto deverão cair, de acordo com o órgão. As compras neste mês são vistas em cerca de 6,2 milhões de toneladas, contra uma importação recorde mensal de 7,47 milhões de toneladas em julho.
ECONOMIA
Em dados divulgados ontem, quarta-feira (13), a China demonstrou sinais de enfraquecimento no mês de julho, apesar das medidas de estímulo adotadas pelo governo. A situação pode ser um indicativo de que mais suporte será necessário para manter o crescimento do país em patamares elevados.
A economia chinesa registrou um crescimento fraco do investimento, das vendas no varejo e do empréstimo bancário. Os números de crédito e financiamento tiveram a mínima em quase seis anos para o mês, de 273,1 bilhões de iuanes (US$ 44,34 bilhões).
Fonte: Folha de São Paulo\DA REUTERS
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