A Winsway Coking Coal, uma importadora e distribuidora chinesa de carvão, uniu-se à Marubeni, a trading japonesa, em uma proposta de 1 bilhão de dólares canadenses (US$ 1 bilhão), em dinheiro, pela Grande Cache Coal, uma empresa de Alberta que produz coque, usado na indústria siderúrgica.
O principal negócio da Winsway, que é listada na Bolsa de Valores de Hong Kong, é comprar, lavar e transportar coque na província chinesa da Mongólia Interior e na vizinha Mongólia.
A operação é seu maior negócio já feito no mercado internacional. Ele acontece no momento em que o coque é cada vez mais considerado estratégico na China. No mês passado, a Winsway anunciou a formação de uma joint venture com a Peabody, a companhia de carvão dos Estados Unidos, para a comercialização de carvão na Ásia.
A China é a segunda maior importadora de coque do mundo, perdendo apenas para o Japão, e as importações chinesas vêm crescendo de acordo com a expansão de seu setor siderúrgico. A China e o Japão responderam, juntos, por 40% das importações mundiais de coque no acumulado do ano passado.
Embora a demanda da China por aço tenha caído nas últimas semanas por causa de uma desaceleração do setor da construção no país, o negócio da Winsway com a Marubeni mostra que algumas companhias chinesas ainda apostam na saúde de longo prazo do setor siderúrgico.
A mina da Grande Cache, instalada na província de Alberta, passa por uma expansão cujo objetivo é aumentar sua produção anual para 3,5 milhões de toneladas até março de 2013. A mina possui reservas estimadas em 346 milhões de toneladas. A Winsway e a Marubeni já estão entre seus maiores clientes de exportação do produto.
A Winsway e a Marubeni ofereceram 10 dólares canadenses por ação da Grande Cache, ou mais que o dobro do preço médio de negociação recente dos papéis em bolsa de valores.
O acordo inclui uma multa por anulação de transação de 50 milhões de dólares canadenses e uma taxa de reembolso de custo de 10 milhões de dólares canadenses pagáveis pela Grande Cache se o negócio não for concluído.
A Winsway e a Marubeni concordaram em pagar taxas de rompimento inversas de 110 milhões de dólares canadenses. A proposta é a mais nova de uma série movimentações de companhias chinesas para ganhar acesso aos recursos naturais do Canadá, especialmente areias betuminosas, gás de xisto e carvão.
O grupo petrolífero chinês Sinopec ofereceu, no mês passado, 2,2 bilhões de dólares canadenses pela Daylight Energy, uma companhia menor de exploração de petróleo e gás com uma grande extensão de terras no oeste do Canadá, que foram apenas parcialmente exploradas.
Fonte: Valor Econômico/ Bernard Simon e Leslie Hook | Financial Times, de Toronto e Pequim
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