BRASÍLIA - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro diminuirá 1,2% em 2015, de acordo com o “Informe Conjuntural” divulgado nesta terça-feira. A previsão anterior, de dezembro do ano passado, era de avanço de 1%.
"O quadro econômico em desaceleração levou a CNI a rever a previsão", explicou, em nota, a entidade patronal. A retração será puxada por um desempenho ainda pior da indústria, cujo PIB diminuirá 3,4% em 2015, prevê a CNI. A projeção realizada no fim de 2014, era de alta de 1%. A retração setorial será puxada pelas quedas de 4,4% na indústria de transformação, 5,5% na construção civil e 2,8% nos serviços industriais de utilidade pública, que inclui a produção e distribuição de energia elétrica e a captação, tratamento e distribuição de água, entre outros.
A queda do PIB industrial aliada ao recuo de 0,6% no consumo das famílias contribuirá para uma retração de 0,4% no setor de serviços, cuja última queda ocorreu há mais de 20 anos, nota a entidade. A agropecuária será o único segmento a registrar alta no ano, de apenas 0,5%.
A maior revisão foi feita nos números relativos ao investimento. A variação anual da formação bruta de capital fixo será negativa em 6,2%, projetou a CNI no documento. Antes, a projeção era de estagnação em 2015 para esse indicador.
O documento assinala que o ambiente de incertezas e questões relacionadas às investigações de corrupção, que afetam a Petrobras e outras grandes empresas, inibirão o investimento em 2015. Outro fator que contribuirá para o recuo dos investimentos é o aumento da taxa básica de juros, que deve chegar a 13,5% no fim do ano, segundo estimativa da CNI.
No setor externo, a CNI reestimou de US$ 219,5 bilhões para US$ 208 bilhões a perspectiva das exportações e de US$ 212 bilhões para US$ 207 bilhões. Com as novas previsões, a estimativa de saldo comercial para 2015 foi revista de US$ 7,5 bilhões, em dezembro, para US$ 1 bilhão.
Além disso, a CNI estimou que o resultado primário do governo será de 1,13% do PIB, abaixo portando da meta de 1,2% fixada pela equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Em nota, porém, a CNI estima que, em números absolutos, a meta será cumprida, já que, com a queda do PIB, o percentual de 1,13% equivale a R$ 66,3 bilhões. Essa estimativa não mudou entre os dois documentos.
A CNI também avaliou que a inflação deverá ser de 8,1% em 2015, ante previsão anterior de 6,2%, acima da banda superior da meta, que é 6,5%.
O fraco desempenho da economia fez com que a entidade revisse, ainda, a taxa média de desemprego para 6,7% neste ano.
(Fonte: Valor Econômico/Lucas Marchesini)
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