Independentemente dos rumos das disputas entre Washington e Pequim, o presidente do conselho da Cofco International, Jingtao (Johnny) Chi, afirmou ontem que a estatal chinesa planeja aumentar as compras de grãos e oleaginosas do Brasil. No ano passado, disse, a companhia, braço da gigante de alimentos Cofco, que fatura mais de US$ 50 bilhões por ano, adquiriu 13 milhões de toneladas no país.
"Nos próximos cinco anos, nossa compra de soja no Brasil crescerá 5% ao ano", disse ele em evento promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em São Paulo. Segundo Chi, a Cofco quer "fortalecer a confiança em fazer negócios com o Brasil" e, para isso, trabalhará com o setor produtivo. Ele ressaltou, ainda, que a atuação da empresa no país estará atrelada à sustentabilidade. "O mundo está mais focado na sustentabilidade e, na China, o presidente Xi Jinping tem falado bastante do conceito de desenvolvimento verde e compartilhado", afirmou Chi.
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Recentemente, a companhia captou mais de US$ 2 bilhões vinculados a critérios de sustentabilidade. "Isso demonstra que estamos assumindo compromissos importantes", destacou. Entre as propostas da Cofco está o oferecimento de prêmios para os agricultores brasileiros que contribuam para a preservação e o incentivo ao desenvolvimento do mercado de créditos de carbono.
No que tange aos créditos de carbono, ele afirmou que a Cofco está se movimentando para que os agricultores vençam desafios. "O mercado de créditos de carbono movimentou US$ 82 bilhões em 2018. Queremos que os produtores brasileiros também conquistem resultados econômicos nesse sentido". De acordo com Johnny Chi, a ideia é trabalhar com metas de longo prazo, para que, "com raízes fortalecidas, a China tenha uma árvore próspera e sustentável no futuro".
Fonte: Valor