Dona de uma fatia de 20% no megaprojeto de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, a petroleira francesa Total anunciou ontem um novo plano global de venda de ativos e de corte de custos que promete fortalecer o caixa da companhia. Em carta ao mercado, a empresa informou que espera captar US$ 10 bilhões com a venda de ativos entre 2015 e 2017, para quando está previsto o início dos investimentos mais pesados no campo, arrematado no primeiro leilão de partilha, no ano passado.
A empresa anunciou, ainda, o cumprimento de sua meta de venda de ativos para o triênio 2012-2014, que totaliza entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões.
A Total também confirmou as intenções de reduzir seus custos operacionais em US$ 2 bilhões por ano. A redução das despesas, associada à venda de ativos, faz parte dos esforços da companhia para atingir, em 2017, um fluxo de caixa livre de US$ 15 bilhões.
Dentro de sua reestruturação, a empresa também anunciou a redução da meta de produção de petróleo nos próximos anos. O objetivo agora é produzir cerca de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2017, ou seja, 200 mil barris diários a menos que meta anterior, de 3 milhões de barris/dia.
A companhia também planeja desacelerar os investimentos. Após investir US$ 28 bilhões em 2013, a companhia projeta aportes de US$ 26 bilhões neste ano e de US$ 25 bilhões, em 2017.
Em visita ao Brasil na semana passada, para participar da Rio Oil & Gas, maior evento do setor petrolífero da América Latina, o vice-presidente sênior da francesa Total para as Américas, Ladislas Paszkiewicz, estimou que o consórcio responsável pelo projeto de Libra deve investir cerca de US$ 80 bilhões para desenvolver a área, que possui entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris recuperáveis de óleo. Com base na participação da francesa no projeto, os investimentos da Total no campo de Libra devem totalizar cerca de US$ 16 bilhões.
A Petrobras é operadora da área, com 40% de participação em Libra. O consórcio é formado, ainda, pela anglo-holandesa Shell (20%), pela francesa Total (20%) e pelas chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%). De acordo com as projeções da Petrobras, o Teste de Longa Duração (TLD) do campo de Libra está previsto para o fim de 2016.
Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio
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