Um bom volume de café arábica do Brasil foi negociado no mercado físico europeu, com a forte alta dos futuros impulsionando as vendas de produtores, disseram operadores na sexta-feira (14).
"Eu acho que houve melhores ofertas de exportação do Brasil nesta semana, com o aumento nos futuros levando mais produtores a venderem, tanto no mercado spot quando para entregas futuras", disse um trader.
"Torrefadores também estavam mostrando bom interesse de compra."
Os diferenciais de preço se aliviaram para compensar a alta dos futuros.
Os grãos finos MTGB do Brasil, para entrega em outubro, foram cotados em cerca de 10 centavos abaixo do contrato dezembro em Nova York na sexta-feira, contra os 6 centavos abaixo do contrato na semana anterior.
Os grãos Swedish estavam 20 centavos abaixo do dezembro em NY, contra os 16 centavos abaixo na semana passada.
As ofertas de vendas do Brasil foram restritas nas últimas semanas, e produtores não estavam satisfeitos com os futuros em baixa. Os embarques de café do Brasil em agosto registraram queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os futuros do café arábica em Nova York registraram alta, suportados pela forte cobertura de especuladores vendidos e compras comerciais.
Os preços atingiram máxima de sete semanas nesta sexta-feira, com as soft commodities influenciadas pelas medidas do Federal Reserve (Fed) para estimular a economia norte-americana.
"Os diferenciais brasileiros recuaram com a alta dos futuros, mas estavam em uma faixa mais larga no final da semana", disse outro trader. "Produtores brasileiros e cooperativas estavam evidentemente vendendo com a alta dos futuros."
A alta dos futuros também estimulou interesse de compras em algumas origens com diferenciais baixos, especialmente da África.
"Havia uma bom interesse de compra da indústria por grãos europeus, com os grãos do Djimmah classe 5 ainda disponível a diferenciais bem abaixo dos brasileiros, a 23 centavos abaixo de Nova York", disse um trader.
Os diferenciais colombianos se firmaram levemente devido ao clima desfavorável em meio ao início da nova colheita. Torrefadores esperam uma boa safra, após diversas temporadas de desapontamentos, mesmo com notícias de problemas.
Os grãos de café excelso, na Colômbia, para envios em setembro/dezembro estavam cotados a 11 centavos acima de Nova York, na sexta-feira, ante 10 centavos na semana passada.
"Os compradores ainda estão buscando os diferenciais colombianos com um só dígito, então eu não acho que houve muitas negociações nesta semana, apesar da nova safra estar começando a fluir", disse um trader.
As colheitas na América Central também estão se aproximando. Segundo traders, algumas vendas foram observadas na Guatemala, mas os produtores em Honduras e na Costa Rica, de maneira geral, se mantiveram contidos.
No caso do robusta, os diferenciais no Vietnã, principal produtor, enfraqueceram-se levemente, com a nova safra do maior exportador dos grãos robustas emergindo em outubro.
Os envios para setembro/outubro dos grãos tipo 2 da safra atual do Vietnã estavam 10 dólares baixo do contrato novembro do café robusta em Londres, ante 10 dólares acima na semana passada. Os grãos do Vietnã têm sido oferecidos para vendas com prêmios em Londres pelas últimas semanas.
"No geral, a nova safra do Vietnã está se desenvolvendo bem, sem preocupações importantes, e nós poderemos ver alguma pressão para vendas nas próximas semanas, com a safra a caminho. Os compradores estão esperançosos com prêmios ainda menores", disse um trader.
Fonte: Reuters / Michael Hogan
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