O comércio mundial deverá ter crescimento recorde de 13,5% neste ano, com uma recuperação bem mais acelerada do que se previa, anunciou ontem a Organização Mundial do Comércio (OMC).
A projeção inicial era de expansão de 10% no fluxo comercial, mas a OMC diz que as exportações foram substanciais no primeiro semestre, embora estime que diminuirão de ritmo neste semestre.
"A forte retomada das trocas é sinal de uma melhora da atividade econômica no mundo", disse o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy. "A forte progressão dos fluxos comerciais oferece a possibilidade de saída dessa dolorosa recessão e pode ajudar a relançar o emprego."
A alta de 13,5% em volume é a maior do comércio internacional desde os anos 50, mas se explica também devido à forte contração, de 12,2%, no ano passado.
O fluxo comercial está sendo puxado pelos emergentes, cujas exportações crescerão 16,5%, enquanto as exportações dos países ricos poderão crescer 11,5%.
O Brasil se destaca como um dos que mais ampliaram seu comércio em valor, com alta de 63,6% nas exportações e de 41,6% nas importações entre janeiro e julho. Isso reflete os altos preços de commodities e o real forte, que barateou compras externas. A China teve alta respectiva de 32,7% e 23%.
Para Lamy, uma das razões da recuperação mais acelerada foi a "sabedoria" dos governos de evitar o protecionismo. Na verdade, ele vem insistindo em que a ameaça continua forte de mais barreiras comerciais, à medida que o desemprego bate recorde, sobretudo nas economias desenvolvidas.
Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira | De Genebra
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