Toda a produção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) tem compra garantida por parte dos três sócios que compõem o empreendimento - Vale, Dongkuk e Posco. Conforme acordo assinado pelo trio, informa o presidente do Conselho Administrativo da CSP, Aristides Corbellini, das 3 milhões de toneladas de placas de ferro que serão produzidas anualmente pela siderúrgica, a Vale ficará responsável pela compra de 600 mil toneladas, enquanto a Posco comprará 800 toneladas. O restante, 1,6 milhão de toneladas, será adquirido pela Dongkuk. O destino final do material, afirma, ficará a cargo de cada empresa.
Segundo Corbellini, a partir de 1º de julho, o escritório principal da Companhia, hoje situado no Rio de Janeiro, será inteiramente transferido para Fortaleza, onde ficará toda a equipe que atua na implantação da siderúrgica. "A CSP é uma sociedade cearense, é uma siderúrgica cearense e o escritório dela tem de estar em Fortaleza. E, naturalmente, também teremos escritórios em Pecém", comenta.
O anúncio é feito em uma semana na qual os sócios da CSP participam de uma série de reuniões com entidades diretamente ligadas ao empreendimento. Ao mesmo tempo em que dá sinais de estar mais próxima da concretização, a Siderúrgica, cuja operação está prevista para ser iniciada em outubro de 2015, tem seu capital social ampliado continuamente.
Valendo cada vez mais
De acordo com o presidente da CSP, Marcos Chiorboli, a Companhia, que no final do último ano teve seu valor avaliado em aproximadamente U$ 1 bilhão, deverá passar a valer cerca de U$ 1,6 bilhão no fim deste ano. "A CSP já é uma realidade". A previsão é que, até 2015, seja alcançado o valor de U$ 5 bilhões.
Entorno
Neste momento de preparação para o início da instalação, uma das preocupações da Companhia refere-se ao desenvolvimento da infraestrutura que dará suporte à produção de aço. Segundo Aristides Corbellini, a Companhia realizou um diagnóstico dos municípios localizados no entorno do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), como Caucaia, São Gonçalo e Paracuru, além de Sobral.
Um dos pontos observados, salienta Chiorboli, é o potencial de Sobral como um polo metal-mecânico capaz de fornecer materiais essenciais à siderúrgica.
Gargalos
Entre os gargalos para que seja dado o suporte necessário às operações, aponta o gerente de relações instituições, comunicações e sustentabilidade da CSP, Ricardo Parente, está a deficiência do setor de montagem eletromecânica nos municípios que circundam o Cipp.
"Hoje, a capacidade das empresas de montagem eletromecânica no Ceará não atende o empreendimento (a CSP)", frisa o gerente. Em contrapartida, diz, o setor da construção civil se mostra adequado à demanda na região.
Plano de desenvolvimento
A realização do avanço necessário à área, acrescenta Marcos Chiorboli, se dará através de um "plano de desenvolvimento regional", que contará com a participação do governo do Estado. "Esse desenvolvimento tem que ser harmônico e sustentável" .
Conforme o secretário de Planejamento do Estado, Eduardo Diogo, que ontem se reuniu com a presidência da Companhia, o Estado elaborou um estudo a respeito dos entraves existentes na área do Cipp, o qual será apresentado ao governador Cid Gomes na próxima semana.
Um dos itens do levantamento feito pelo governo, adianta o secretário, é a necessidade de criação de novos "ramais de estruturação" na região, a exemplo de novas rodovias.
Valor
1,6 bilhão de dólares é o valor estimado da Companhia Siderúrgica do Pecém ao fim do ano. Em 2015, valor deverá pular para US$ 5 bilhões
Primeira estaca vai ser cravada em 17 de julho
A primeira estaca para instalação das fundações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) será cravada no dia 17 de julho próximo. A informação foi anunciada ontem pelo presidente do Conselho Administrativo da Companhia, Aristides Corbellini. Segundo ele, o material de construção do empreendimento está previsto para chegar ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) em junho.
De acordo com o presidente da CSP, Marcos Chiorboli, os serviços de terraplanagem no local já alcançam entre 45% e 50%, reunindo cerca de 620 trabalhadores, entre contratados pela CSP e terceirizados.
Alfandegamento
Quanto ao alfandegamento, diz, o ritmo de negociação está " bastante adequado". "Nós estamos desenvolvendo o projeto de engenharia dessa área, com as instalações, questões de segurança, pátios, área de inspeção. Esse plano de engenharia está sendo desenvolvido por nós e nosso objetivo é no final de dezembro isso estar considerado operacional pela Receita Federal".
Conforme Aristides Corbellini, a CSP, durante a operação, concentrará mão de obra que se dividirá em três níveis de especialização. O primeiro nível de formação, afirma, será composto por cerca de 30 pessoas altamente capacitadas, entre os quais ficarão gerentes e diretores de produção, por exemplo. "Esses, você não capacita, você tem que encontrar o cara que tem 20 anos de experiência em fazer aquilo", indica.
No segundo grau de especialização, complementa, serão cerca de 300 a 400 trabalhadores já capacitados, mas que não precisam ter o mesmo grau de experiência do nível anterior.
Por fim, as cerca de 1.600 pessoas restantes serão compostas por profissionais que deverão ser capacitados através de ações do poder público. O trabalho se dará em duas etapas - uma para a construção e outra para a operação da empresa.
Absorção
Uma das intenções da Companhia, que, durante as operações, concentrará entre 3 e 4 mil empregos diretos, é manter profissionais que participarem da instalação da siderúrgica. Chiorboli informa que o pico de empregos ligados à siderúrgica se dará entre o fim de 2013 e início de 2014, totalizando uma média de 15 mil trabalhadores.
Dos mais de 3 mil empregos que deverão ser gerados pela Companhia, já durante a fase de operação, metade deverá ser de terceirizados e o restante, composto por contratados diretamente pela empresa.
Salários
O presidente da siderúrgica acrescenta que, conforme estudo realizado pela CSP, com a instalação do empreendimento e consequente desenvolvimento de uma cadeia de serviços e empreendimentos, os salários na região deverão triplicar, devido ao maior grau de qualificação das empresas que atuam na área. A atuação de fornecedores da Companhia se dará em setores como tratamento de água e produção de cimento.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/João Moura
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