A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta terça-feira (14), seu primeiro levantamento para a safra de grãos 2025/26, com previsão de produção de 354,7 milhões de toneladas de grãos, 0,8% a mais que na de 2024/25. O estudo indica ainda crescimento de 3,3% na área a ser semeada, chegando a 84,4 milhões de hectares. Segundo a Conab, para a soja, a expectativa é de que a área semeada aumente 3,6% e atinja 49,1 milhões de hectares, e a estimativa é que sejam colhidas 177,6 milhões de toneladas, superando as 171,5 milhões de toneladas da safra anterior.
A companhia informou que precipitações registradas em setembro nos estados do Centro-Sul permitiram o início do plantio com 11,1% da área já semeada, índice superior ao do mesmo momento do ciclo passado, e que os maiores estados produtores do produto, Mato Grosso e Paraná, registraram nos 10 primeiros dias de outubro 18,9% e 31%, respectivamente, da área semeada.
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O levantamento da Conab prevê aumento também da área plantada de milho, podendo chegar a 22,7 milhões de hectares. A expectativa é de produção de 138,6 milhões de toneladas, somadas as três safras do grão. Na primeira delas, a previsão é aumento de 6,1% na área semeada, com estimativa de que sejam colhidas 25,6 milhões de toneladas, volume 2,8% superior ao da safra anterior.
De acordo com a companhia, no Rio Grande do Sul, onde a semeadura começa em agosto, em 11 de outubro já havia 83% da área semeada. No Paraná, o índice era de 84% e em Santa Catarina, de 72% Já no Centro-Oeste e nos demais estados, informou a Conab, o plantio não foi iniciado. Para o arroz, o levantamento indica redução de 5,6% na área a ser semeada, projetada em 1,66 milhão de hectares. Para a área irrigada, a previsão é de queda de 3,7%, enquanto na de sequeiro pode chegar a 12,5%. A expectativa é de produção de 11,5 milhões de toneladas.
No caso do feijão, somadas as três safras, a produção estimada é de três milhões de toneladas, com previsão que na primeira delas haja redução de 7,5% na área plantada em comparação com o mesmo ciclo de 2024/25, ficando em 840,4 mil hectares. A semeadura, informou a Conab, começou no Sudeste, com 100% da área semeada em São Paulo e em andamento nos demais estados da região. Na Bahia, terceiro maior produtor de feijão, e nos demais estados o plantio não foi iniciado.
O estudo aponta que no caso do trigo, que já teve cerca de 40% das lavouras colhidas, a produção será de 7,7 milhões de toneladas, 2,4% a menos que na safra de 2024. Segundo a Conab, a redução será consequência da diminuição em 19,9% da área cultivada. As primeiras projeções da Conab apontam para incremento nas exportações de milho, chegando a 46,5 milhões de toneladas, contra 40 milhões de toneladas da safra anterior. Há estimativa de crescimento também no consumo interno, de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, puxado pela maior demanda para produção de etanol. Mas a estimativa é que os estoques de passagem do fim da safra 2025/26 fiquem próximos da estabilidade.
Para a soja, a previsão é de exportar mais e ultrapassar as 112,11 milhões de toneladas exportadas, mantendo o Brasil como o maior exportador mundial. Segundo a Conab, o crescimento das vendas para o mercado externo é influenciado pela redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da procura global. Além disso, a previsão de aumento na mistura de biodiesel ao diesel e a crescente procura por proteína vegetal indicam que o volume de esmagamento de soja poderá atingir 59,56 milhões de toneladas em 2026.
No caso do arroz, apesar da redução na área semeada, a Conab prevê a manutenção de boa oferta no mercado interno e que o país vai ampliar o volume exportado, chegando a 2,1 milhões de toneladas na safra 2025/26. Para a safra anterior, a estimativa de embarque é de 1,6 milhão de toneladas. O levantamento aponta que as importações e o consumo interno de arroz ficarão estáveis, em torno de 1,4 milhão de toneladas e 11 milhões de toneladas respectivamente. Por isso, para a safra 2025/26, a expectativa é de redução de 11,4% nos estoques de passagem, estimados em 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027.