A Tenaris desistiu de fechar o capital de sua controlada Confab Industrial. As ações da fabricante de tubos fecharam o pregão de terça-feira em queda de 11%, cotados a R$ 4,75. Na mínima do dia, chegaram a registrar baixa de 20%.
Quando anunciou a operação, em 29 de agosto, a controladora informou que pagaria, em oferta pública para o fechamento de capital, R$ 5,20 por ação da Confab. Esse valor representava um prêmio de 32% sobre o pregão do dia anterior ao anúncio da oferta pública.
Desde então, alguns investidores se posicionaram no papel não por conta dos chamados "fundamentos" da companhia, mas à espera da conclusão da operação - que tinha um valor já estabelecido. Como o fechamento não vai mais acontecer, houve um "desmanche" de posições.
A retirada da oferta não pode ser considerada como uma surpresa. Apesar do prêmio dado pelo controlador, alguns minoritários já haviam solicitado um novo laudo de avaliação, em busca de um preço mais alto para entregar os papéis. E o controlador já havia dito que não elevaria o valor inicialmente proposto.
Em 13 de setembro, os minoritários da Confab, que representam 13,11% das ações, enviaram uma carta à empresa em que diziam que o preço oferecido não era o valor justo.
Em 18 de outubro, foi realizada uma assembleia especial dos acionistas titulares das ações em circulação no mercado.
A unanimidade dos presentes, que representavam 55,85% das ações em circulação, aprovou a realização de nova avaliação da companhia para definir o valor pago pela ofertante.
Na carta encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em que a Confab comunica a desistência da controladora de realizar a operação, a Welded Participações, que é controlada pela Tenaris e seria o veículo para comprar as ações no mercado, informa que em conversas com minoritários recebeu indicações claras e precisas de que eles não aceitariam o preço estabelecido originalmente. E que as expectativas de preços desses acionistas "eram significativamente mais elevadas". O Valor apurou que havia entre os minoritários quem apontasse valor justo entre R$ 7,00 e R$ 10,40.
Como os acionistas não aceitariam o preço original e a controladora não iria elevá-lo, ficou caracterizado um impasse, que levaria ao fracasso da operação. Por isso, a empresa optou por retirá-la.
Fonte: Valor Econômico/Por Ana Paula Ragazzi | De São Paulo
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