A consultoria Wood Mackenzie avalia que os valores obtidos pelo governo nos últimos leilões para exploração de petróleo foram tão agressivos que podem comprometer a economicidade das descobertas nessas áreas no futuro, destruindo valor para as petrolíferas que adquirirem os blocos nos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Em relatório para clientes, Horacio Cuenca, diretor de pesquisa para a América Latina, afirma que o Brasil continua impulsionando seu agressivo cronograma de licenciamento para exploração de áreas em 2018 e 2019.
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Mas segundo ele, há "uma crescente preocupação de que a convergência das estratégias das grandes empresas petrolíferas" na mesma área em águas profundas esteja aquecendo a competição.
Mas problemas econômicos gerados no futuro pelas disputas acirradas para ganhar as áreas mais cobiçadas do mundo podem torná-las antieconômicas. Esse cenário, segundo a consultoria, poderia em última instância afetar também o governo brasileiro, que correria o risco de perder benefícios econômicos no longo prazo, se os projetos não forem adiante.
A análise de certa forma subestima a capacidade das companhias calcularem seus riscos. "Com regras que não estabelecem limites para as ofertas de participação [da União] nos lucros, a licitação agressiva para alguns blocos-chave na 15ª rodada pode elevar as taxas de participação nos lucros da rodadas do pré-sal a novos recordes", avalia Cuenca, que vê riscos para as taxas de retorno no futuro.
Fonte: Valor