As exportações de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estão a caminho de caírem para seu menor nível desde 2015 em fevereiro, o que vem ajudando a levar o preço do petróleo de volta para a casa dos US$ 65 por barril.
Cortes de produção profundos feitos pela líder Arábia Saudita, combinados com as sanções dos EUA à Venezuela, fizeram as exportações do cartel de produtores na primeira metade do mês ficarem na média de 23,5 milhões de barris/dia, segundo a Kpler, empresa de monitoramento de cargas.
PUBLICIDADE
Embora os embarques possam crescer levemente na segunda metade do mês, neste momento eles estão no rumo de ficarem abaixo do total de dezembro em mais de 2 milhões de barris por dia, já que o cartel entrou em ação, com aliados como a Rússia, para tentar sustentar os preços do petróleo com restrições ao fornecimento.
O petróleo Brent, produzido no Mar do Norte, alcançou a maior cotação dos últimos três meses na segunda-feira, com US$ 66,83 por barril, ampliando sua recuperação desde que a Arábia Saudita relatou ao "Financial Times", na semana passada, que planejava continuar a reduzir sua produção em março.
Até agora, em fevereiro a Arábia Saudita exportou em média 6,9 milhões de barris/dia, seu menor nível desde agosto de 2017 e abaixo dos 8,3 milhões de barris/dia de novembro.
A Venezuela, cujo setor petrolífero tem sido alvo de sanções dos EUA, viu suas exportações de petróleo caírem para cerca de 1,1 milhão de barris/dia, contra 1,5 milhão de barris/dia em novembro. Outras fontes dizem que a exportação da Venezuela é ainda menos. O Irã, que também está sofrendo sanções dos EUA, teve uma média de exportações de 1,2 milhão de barris/dia neste mês até agora, abaixo dos 2,5 milhões de barris/dia de um ano atrás.
"Ao longo dos últimos três meses observamos uma redução substancial nas exportações da Opep", disse Alex Booth, chefe de análise de mercado da Kpler.
"Se existe a determinação na Opep de manter as exportações baixas, isso, em combinação com a situação na Venezuela e no Irã, cria uma forte probabilidade de que a situação se prolongue pelos próximos meses."
Ainda assim, os preços continuam bem abaixo do nível de US$ 86 por barril atingido em outubro do ano passado, por causa do crescimento forte e continuado da produção americana de óleo de xisto - uma das principais razões para os países da Opep estarem cortando o fornecimento de forma tão agressiva.
Fonte: Valor