O apetite mundial por petróleo vai se recuperar em 2021, mas permanecerá abaixo dos níveis pré-covid até o fim do ano que vem, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O mundo consumirá 95,9 milhões de barris por dia em média em 2021, apontou o cartel de 13 nações em um relatório mensal publicado nesta segunda-feira, ante cerca de 90 milhões de barris por dia em 2020. A demanda por combustíveis usados ??no transporte e na indústria vai liderar a recuperação, impulsionada por uma retomada na economia mundial, disse a Opep.
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Isso ainda representaria uma recuperação apenas parcial na demanda global de petróleo, após uma queda histórica durante a pandemia de coronavírus deste ano. A Opep prevê que o mundo consumirá cerca de 97,3 milhões de barris por dia de petróleo no último trimestre de 2021, abaixo do nível de quase 100 milhões de barris por dia de 2019.
As projeções sugerem que o efeito da pandemia de coronavírus sobre a demanda global de petróleo vai durar, mesmo que a distribuição de vacinas permita a reabertura de setores da atividade econômica. Ao reduzir sua previsão para a demanda em 2021, a Opep citou a incerteza em torno dos efeitos da covid-19 na atividade de transporte nas economias desenvolvidas no primeiro semestre do ano.
A previsão do cartel chega perto do fim de um ano turbulento para os mercados de energia, que começou com os preços do petróleo sofrendo uma queda histórica quando as restrições ao movimento de bilhões de pessoas afetaram a demanda por combustível. Os preços de referência do petróleo nos EUA caíram brevemente abaixo de zero pela primeira vez em abril, um reflexo do acúmulo de oferta de petróleo que ameaçava preencher totalmente a capacidade de armazenamento global.
Mais recentemente, os preços subiram em meio ao otimismo entre traders e investidores sobre o potencial das vacinas de dar uma nova vida às viagens e outros setores da economia que consomem muito combustível. Os futuros do petróleo tipo Brent, referência internacional nos mercados de energia, subiram na semana passada acima de US$ 50 o barril pela primeira vez desde março, um marco na recuperação que ganhou velocidade em novembro.
Ainda assim, as previsões da Opep sugerem que há motivos para cautela entre os comerciantes de petróleo. O cartel, que junto com a Rússia e outros parceiros concordou recentemente em aumentar a produção coletiva em 500 mil barris por dia no mês que vem, apontou para a incerteza sobre os efeitos de longo prazo do coronavírus nos padrões de transporte. A Opep disse que as melhorias na eficiência do combustível também atuarão para limitar o crescimento da demanda em 2021.
Do lado da oferta, a Opep espera que a produção de líquidos dos EUA suba para cerca de 18 milhões de barris por dia em 2021, ante 17,7 milhões de barris por dia neste ano.
Fonte: Valor