Um dia depois de a Moody's rebaixar a nota da Petrobras, retirando-lhe o grau de investimento, Bradesco, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) ofereceram crédito à estatal. O Bradesco ofereceu R$ 3 bilhões e o BB, R$ 3,7 bilhões. A Caixa informou que abrirá uma linha para a estatal, mas o valor ainda não foi definido.
A Petrobras não vai tomar empréstimos neste momento. A companhia possui em caixa cerca de US$ 20 bilhões, dinheiro suficiente para honrar os compromissos deste ano. "Os bancos apenas nos contactaram para informar que há crédito disponível e que a decisão da Moody's não mudou em nada o nosso crédito", informou uma fonte graduada.
Analistas estão montando cenários para a estatal superar o mau momento. Nos cálculos do Bank of America Merrill Lynch (BofA), a empresa precisa vender no mínimo US$ 20 bilhões em ativos para gerar caixa e reduzir a dívida de forma relevante. Se cortar investimentos nesse montante, o peso do capital de terceiros sobre as fontes totais de capital cairá de 42,7% para 37,7%, segundo o BofA.
Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira, a empresa informou que pretende ampliar os desinvestimentos, mas não disse para quanto.
O aperto no crédito às empresas atingidas pela Operação Lava-Jato, que apura desvios na Petrobras, se aprofundou nas últimas semanas. Algumas linhas que ainda estavam disponíveis foram cortadas e os bancos começam a exigir reforço de garantias em contratos já em vigor. Desembolsos de empréstimos adicionais, na maioria dos casos, estão fora de cogitação.
(Fonte: Valor Econômico/Cristiano Romero, Fernando Torres, Talita Moreira e Felipe Marques | De São Paulo
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