RIO - A ThyssenKrupp CSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico publicou nota admitindo ter fechado acordo voluntário com o novo secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, o ex-ministro Carlos Minc, no valor de R$ 14 milhões para financiar melhorias na comunidade de Santa Cruz, bairro na zona oeste da cidade onde se localiza a siderúrgica.
Trata-se de uma compensação à população atingida pela fuligem e pelo material particulado emitido na atmosfera, após um defeito no guindaste que transporta o ferro gusa dos altos fornos para a aciaria, obrigando o despejo do produto em poços feitos para esse descarte, mas que acabam permitindo a emissão de materiais no ar.
No entanto, a nota publicada pela empresa não trata da multa de R$ 2,8 milhões aplicada adicionalmente pela Secretaria. A companhia ainda não pagou nem mesmo a multa de R$ 1,3 milhão aplicada em meados do ano passado por problema ambiental semelhante, quando o sistema de emergência também foi utilizado.
A empresa informou ter permitido que auditores externos, contratados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), iniciem o processo de auditoria acordado com a Secretaria. A auditoria dos equipamentos e processos utilizados na CSA, que será paga pela empresa, é condição imposta pela Secretaria para a concessão da Licença de Operação.
Além disso, a CSA deu início ao programa chamado "Grafite Zero", cujo objetivo é "evitar que partículas desse material causem incômodos aos moradores da região". "A CSA reforça que, a despeito de causar incômodos, o grafite não provoca doenças ou males à saúde da população", afirmou a empresa em nota publicada.
Mais cedo, o assessor para a área de saúde da Secretaria Estadual do Ambiente, Luiz Tenório, afirmou que, após o acidente de dezembro, foram localizadas 17 pessoas com queixas de problemas respiratórios e dermatológicos. "Eles estão sendo acompanhados, mas ainda não temos como afirmar que foi de fato o acidente o causador dessas doenças", disse.
Fonte: Valor Econômico/Juliana Ennes
PUBLICIDADE