SÃO PAULO - Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira na sede da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em São Paulo, os advogados da empresa que cuidam do caso da Usiminas, Walfrido Warde e Ernesto Tzirulnik, e o diretor de relações institucionais da CSN, Luiz Paulo Barreto, reforçaram que não estão em guerra comercial com a empresa mineira. Segundo eles, não há um ataque da CSN à principal concorrente em aços planos.
Na semana passada, o grupo japonês Nippon Steel & Sumitomo Metal, um dos controladores da Usiminas, acusou a CSN de buscar desestabilizar a gestão da companhia porque tem interesses em ganhar mercado. Esse seria o principal motivo pelo qual a empresa é contra a eleição de conselheiros indicados pela CSN.
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“Estratégias de mercado não são discutidas em reunião de conselho”, disse Barreto. “A CSN não ampliou sua participação em mercados da Usiminas, não há uma guerra comercial. A competição hoje é com a China, não entre as empresas brasileiras.”
A divergência, acrescentam os representam da CSN no caso, é com os controladores da Usiminas. De acordo com os advogados, Nippon Steel e Ternium-Techint, também parte do bloco de controle, colocam seus interesses acima dos da siderúrgica mineira. Além disso, como maior acionista fora do controle, a CSN cobra voz para os minoritários na Usiminas.
Para a CSN, a disputa entre os sócios coloca em risco os investimentos na companhia. Desde a chegada da Ternium, lembram os advogados, os resultados da Usiminas pioraram e o valor de mercado despencou. Essa piora, contudo, coincide com o enfraquecimento do mercado doméstico de aço.
“Mas esse problema econômico da Usiminas é reversível”, diz Warde. Se a disputa societária não for resolvida, contudo, a Usiminas pode ser destruída, afirma.
Nesta quarta-feira, a CSN publicou comunicado em jornais de grande circulação, em que volta a acusar a Nippon sobre contratos entre partes relacionadas com a Usiminas, que somariam R$ 20 bilhões.
Fonte: Valor Economico/Renato Rostás