A Camargo Corrêa deixou na sexta-feira a disputa pela Cimpor, em movimento que pode fortalecer a oferta pública de aquisição (OPA) lançada aos acionistas da cimenteira pela Cia. Siderúrgica Nacional (CSN). Nesse dia venceu o prazo da Camargo para apresentar uma oferta concorrente - superando as condições apresentadas pela CSN, conforme previsto nas regras de Portugal - ou retirar a proposta de fusão feita em meados de janeiro.
Com a saída da Camargo, a única proposta oficial é a da CSN, que ofereceu € 5,75 por ação da Cimpor e pretende levar pelo menos 50% mais uma ação, em transação que pode chegar a € 3,86 bilhões considerando-se a totalidade do capital da cimenteira.
Para pagar o negócio, o conselho da CSN aprovou na sexta-feira a emissão de até R$ 10 bilhões em notas promissórias. O presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, e os diretores Paulo Penido e Fernando Merino foram a Portugal buscar apoio à oferta, que está em curso até 17 de fevereiro. Inicialmente, foi rejeitada pelo conselho de administração da cimenteira.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador do mercado de capitais português, a Camargo informou que, apesar da retirada da proposta de fusão, "mantém-se seriamente interessada numa solução de criação de valor com a Cimpor". A empresa brasileira diz ainda que está "segura da legalidade" da proposta apresentada e explica que "uma inesperada conjugação de circunstâncias" fez com que sua proposta fosse apresentada no momento em que já corria oferta da CSN.
Em 2000, na privatização da Cimpor, a Camargo Corrêa já havia feito oferta por participação minoritária no grupo. Deverá caminhar por essa linha novamente, buscando adquirir partes de Lafarge e/ou de outros sócios relevantes.(Fonte: Valor Econômico/ Stella Fontes, de São Paulo)
PUBLICIDADE