Matéria de 20 de maio último antecipou, com exclusividade, que a siderúrgica realizaria adequações em seu projeto
Siderúrgica cearense terá logística beneficiada com a diminuição do espaço, que foi reduzido em 350 hectares
Dos 850 hectares adquiridos pela Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) ao governo do Estado, apenas 500 hectares serão utilizados para instalação do empreendimento. O lay-out da planta e a disposição de equipamentos, fornos e máquinas foram repaginados. O pátio de matérias-primas e os setores de sinterização (tipo de fundição), coqueria e carboquímica, o alto-forno, as pistas internas e até a termelétrica que irá operar junto à usina, foram aproximados e realocados, permitindo redução de intervenção e supressão vegetal de 40% da área.
As alterações no projeto da usina, que já tem licença prévia (LP) aprovada e se encontra na fase inicial de terraplenagem, foram apresentadas na tarde ontem, por executivos da empresa ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema). O novo projeto começou a ser elaborado pela direção da CSP, há acerca de um ano e já se encontra em apreciação pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semace), desde 20 de abril.
A mudança no projeto foi antecipada com exclusividade pelo Diário do Nordeste, na edição do dia 20 de maio passado. Segundo o coordenador de Meio Ambiente da CSP, Marcelo Baltazar, a planta foi alterada com o objetivo de melhorar a logística e aproveitar melhor a área do empreendimento. Nesse sentido, expôs Baltazar, a área operacional da usina foi reduzida de 850 para 500 hectares, as intervenções nas áreas de proteção permanentes (APPs) foram diminuídas de oito para duas; pistas de rolamento foram alteradas de 800 para 300 metros e a altura de algumas chaminés foi ampliada de 70 para 150 metros, como forma de facilitar a dispersão de gases poluentes.
Menos poluentes
A área do pátio de matéria-prima foi reformulada para facilitar o trânsito de insumos e a projeção de emissão de gases poluentes subtraída em até 25%, caindo de 383,33 Nm³/s para 297,22 Nm³/s. Já o consumo de água mantém-se inalterado em 1,5 m³/s, cerca de 30% da vazão do Canal da Integração destinada pelo Estado, para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
Enquanto aguarda a licença de instalação, explica Baltazar, o próximo passo será a assinatura do Termo de Compromisso Ambiental pela Companhia, no qual consta o valor do pagamento a ser feito à Semace, como parte da mitigação dos danos ambientais causados pelo empreendimento na área. De acordo com a lei do Sistema nacional de Unidade de Conservação (Snuc), o valor a ser pago equivale a 0,5% do montante total do empreendimento, estimado em US$ 4,5 bilhões. Parte do pagamento pode, no entanto, ser feito com compensações ambientais, como o plantio de 140 mil mudas de árvores, prometido pela empresa. "Dessas, 40 mil mudas já foram plantadas", garantiu Baltazar.
Fonte:Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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