A produção de petróleo no Espírito Santo teve um crescimento de 1.044,71% do período de 2002 a 2011, principalmente devido às descobertas no mar. Apenas
de um ano para outro, 2010 para 2011, o salto foi de 47,13%. Os dados fazem parte do Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2012, elaborado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Enquanto as descobertas no litoral capixaba, tanto no sul quanto no Norte, continuam sendo feitas, em terra, onde começou a exploração no Estado, a produção caiu 42,35% entre 2002 e 2011.
A redução deve continuar, em terra, no Norte do Estado, devido à falta de novo blocos colocados em leilão pela ANP. Há mais de dois anos que novos blocos não são ofertados em leilão, o que reduz as possibilidades de pesquisas de novas reservas em terra. "É necessário que o governo libere novos blocos para leilão, principalmente em terra", afirmou o secretário de Desenvolvimento, Márcio Félix Bezerra.
Pré-sal
O anuário destaca o início da produção de petróleo e gás no pré-sal. Em 2011, foram produzidos 71 mil barris por dia de petróleo, o equivalente a 3,4% da produção nacional, que foi de 2,1 milhões de barris por dia. Esse resultado colocou o Brasil na 13ª colocação no ranking mundial de produtores.
Uma parte do petróleo do pré-sal é produzido no Litoral Sul do Estado, no Parque das Baleias, onde a Petrobras fez sua segunda descoberta nessa camada. A produção crescerá muito, no campo de Baleia Azul, onde a partir de setembro, entrará em funcionamento o navio-plataforma Cidade de Anchieta, com capacidade para produzir 100 mil barris por dia.
As reservas provadas de petróleo, no país, registraram aumento de 5,6%, para 15 bilhões de barris, de 2010 para o ano passado, o que colocou o Brasil na 14ª posição mundial.
Já as reservas provadas de gás natural cresceram 8,6%, no mesmo período, para 459,4 bilhões de metros cúbicos, fato que levou o Brasil à 31ª colocação no ranking das maiores reservas de gás provadas.
O Espírito Santo também tem importância em relação ao volume de gás natural, já que hoje já fornece mais de 5 milhões de metros cúbicos por dia para indústrias,
residências e restaurantes.
Demanda aumenta, mas faltam refinarias
A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que o Brasil hoje importa 15% dos derivados de petróleo consumidos no país e registrou uma alta na demanda por
gasolina de 7% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2011.
A escalada do consumo torna urgente investimentos em refinarias no país, defende a presidente, mas não nos moldes que vinham sendo feitos.
Graça voltou a fazer uma dura crítica à refinaria Abreu e Lima (Rnest, em Pernambuco), cujo orçamento foi multiplicado em quase 10 vezes desde o lançamento do projeto em 2005. "É uma história que está escrita, deve ser lida, e os erros não devem ser repetidos", disse ontem.
O tom crítico foi o mesmo usado há um mês por Graça causando insatisfação política entre os governos do Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro, que receberão três refinarias da companhia nos próximos anos.
Ontem, porém, a presidente reafirmou a importância dos três projetos. Segundo ela, sem eles a Petrobras ficará refém da volatilidade de preços do mercado internacional e, em 2020, haverá 35% de exposição na contratação de derivados no exterior.
O cálculo já leva em conta o funcionamento de Abreu e Lima. Há mais de três décadas não se inaugura uma refinaria no Brasil.
Fonte: A Gazeta / Denise Zandonadi
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