A demanda por adubos no Brasil aumentará 1,5% neste ano, passando das 36,1 milhões de toneladas registradas no em 2019 para 36,7 milhões de toneladas. A estimativa é do banco holandês Rabobank, que publicou nesta quinta-feira o relatório semestral “Fertilizer Outlook” com as perspectivas para o mercado a nível global em 2020,
O carro-chefe para o aumento da demanda brasileira promete ser o mercado de soja. Segundo o Rabobank, as margens dos produtores de soja, e também de milho, para a safra 2020/21 têm sido projetadas acima da média dos últimos cinco anos, o que deve estimular um aumento na área plantada e nas aplicações de fertilizantes.
PUBLICIDADE
No que tange às importações desses insumos, as compras brasileiras totalizaram 11,5 milhões de toneladas de janeiro a maio, crescimento de 12% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O incremento é reflexo do recuo nos preços dos adubos em dólares a patamares historicamente baixos, o que levou muitos produtores a anteciparem suas compras. Além disso, a pandemia de covid-19 foi outro gatilho da antecipação, dado o receio de enfrentamento de problemas logísticos.
Porém, em relação à produção de adubos no Brasil, o Rabobank projetou incremento de 15% em 2020 ante 2019, para 7,8 milhões de toneladas. Isso se dá depois de uma forte queda no ano passado, quando as indústrias de nitrogenados tiveram suas margens pressionadas e houve paralisação de algumas minas de fosfato.
Assim, a recuperação da produção interna assinala para uma redução das importações — projetadas em 28,5 milhões de toneladas este ano pelo banco, volume 3% inferior ao de 2019.
Considerando que até maio o Brasil havia adquirido 1,8 milhão de toneladas de fertilizantes a mais do que no mesmo período do ano passado, o Rabobank prevê que as empresas do país fiquem menos ativas nas compras externas no segundo semestre.
Fonte: Valor