As exportações brasileiras deverão fechar o ano com queda de 15%, em relação ao ano passado, alcançando US$ 191,331 bilhões, enquanto as importações deverão cair 20%, somando US$ 183,267 bilhões. Os dados constam da revisão da balança comercial, divulgada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O superávit projetado de US$ 8,064 bilhões foi classificado pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, como “negativo”, uma vez que utiliza dados negativos de exportação e importação e não será gerado pelo crescimento das vendas externas. Em 2014, a balança fechou com déficit de US$ 3,959 bilhões.
A previsão anterior da AEB para 2015 foi divulgada em dezembro de 2014 e indicava exportações de US$ 215,360 bilhões, importações de US$ 207,220 bilhões e superávit de US$ 8,140 bilhões. “O que gera atividade econômica é a corrente de comércio, que é o somatório de exportação e importação. O superávit é apenas o efeito desses dois números”, destacou Castro.
Os dados da AEB sinalizam para uma piora sensível da balança nacional este ano. De acordo com a AEB, o Brasil chegou a ter, em 2011, 1,41% de participação no mercado internacional e deve cair este ano para 1%, “e até um pouquinho abaixo”, disse Castro.
Outro ponto negativo é que as exportações brasileiras continuam lideradas por commodities e não por produtos de maior valor agregado. “Este ano, os dez principais produtos exportados são commodities. Apenas o 11° produto (aviões) é manufaturado. Com as commodities, nós somos dependentes de fatores externos, sobre os quais não temos nenhum controle”, argumentou o presidente da AEB.
Segundo José Augusto de Castro, a melhoria da taxa de câmbio ajuda os manufaturados, “só que essa melhoria vai ocorrer apenas com as exportações para os EUA”. A previsão é de que as vendas totais do Brasil para o mercado norte-americano tenham queda no acumulado deste ano de 6,3%, e as exportações de manufaturados para os EUA tenham aumento de 5,94%.
Fonte: Monitor Mercantil
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