Autoridades egípcias e proprietários do gigantesco navio Ever Given que bloqueou o Canal de Suez no início deste ano chegaram a um acordo preliminar sobre a indenização, de acordo com representantes do navio.
“Após extensas discussões com o comitê de negociação da Autoridade do Canal de Suez nas últimas semanas, "um princípio de acordo entre as partes foi alcançado”, disse em nota o Stann Marine Ltd., um escritório de advocacia com sede em Londres cujos clientes são os proprietários e seguradoras do Ever Given, em uma declaração enviada por e-mail.
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Os dois lados irão finalizar um acordo "o mais rápido possível", após o qual serão feitos arranjos para permitir que o navio deixe o Egito, disse Stann. A firma não divulgou detalhes financeiros.
O Ever Given, com 400 metros de comprimento, um dos maiores navios porta-contêineres do mundo, encalhou na parte sul do canal no final de março, bloqueando-o por seis dias e causando turbulência nos mercados de transporte marítimo.
O indicente chegou a causar um congestionamento de mais de 400 embarcações.
A Autoridade do Canal originalmente exigiu mais de US$ 900 milhões para cobrir a perda de taxas de trânsito, danos à hidrovia durante os esforços de resgate e o custo de equipamento e mão de obra. Posteriormente, reduziu o montante para cerca de US$ 550 milhões.
A japonesa Shoei Kisen Kaisha Ltd., a proprietária, e as seguradoras do navio ofereceram inicialmente US$ 150 milhões. A Evergreen Line de Taiwan fretou o navio, que viajava da China para Roterdã.
Depois de ser libertado em 29 de março, o Ever Given foi levado para o Grande Lago Amargo - no meio caminho ao longo do canal - e desde então foi mantido lá pelas autoridades egípcias.
Cerca de 12% do comércio mundial flui através do Canal de Suez, tornando-o tão estratégico que as potências mundiais lutam pela hidrovia desde que foi concluída em 1869. Aproximadamente 30% do volume mundial de contêineres de transporte transita pelos 193 km do canal diariamente.
Até o momento, ninguém foi formalmente acusado pelo incidente. Poucas semanas após o encalhe, Marwa Elselehdar, primeira mulher capitã de navio do Egito, foi surpreendida com rumores na internet de que ela era a culpada pelo incidente.
Fonte: O Globo