O grupo EBX, do empresário Eike Batista, acaba de criar a EBX Internacional, que terá base de operação em um escritório a ser aberto em Nova York, ainda neste primeiro trimestre. O braço de negócios da EBX no exterior visa a contatar investidores financeiros e estratégicos dos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oriente Médio, para consolidar a presença do grupo lá fora e ampliar as operações de captação de recursos e novos negócios. "Em Nova York, vamos ficar mais próximos dos investidores globais", disse Eike Batista, presidente da EBX, em declaração encaminhada por meio de sua assessoria.
O empresário acaba de contratar dois executivos para tocar o negócio. O australiano Peter Nathanial, que foi sócio da Impala Partners, membro do Comitê Executivo do The Royal Bank of Scotland Group e conselheiro da MMX, será presidente da EBX Internacional e o brasileiro Marcello Horcades Coutinho, ex- Chase Manhattan, ex- Banco Garantia de Investimentos e ex- Banco Icatu, vai ocupar o cargo de diretor da nova empresa.
Leonardo Moretzsohn, diretor financeiro da EBX, e Luiz Arthur Correia, diretor de investimentos da holding, que estão tocando a área de corporate finance, em substituição a Paulo Gouveia, disseram ao Valor que essa expansão do grupo EBX é necessária para "botar um filtro lá fora, para ver quem quer investir no grupo, já que o Brasil está na mira de investidores do mundo todo".
Com sede no Brasil, a EBX, enquanto holding, não tinha ainda presença no exterior, a não ser indiretamente através de três de suas cinco empresas (MPX, MMX, OGX, OSX e LLX). A MPX e a OGX abriram escritórios na Colômbia, onde desenvolvem negócios de carvão e de óleo e gás. A MMX (mineradora) e a MPX têm outro no Chile.
Moretzsohn considera a criação da EBX Internacional importante, pois o grupo de Batista é hoje o terceiro maior conglomerado nacional privado não financeiro, com valor de mercado de US$ 50 bilhões. "A criação da nova empresa mostra uma mudança de postura em relação ao mercado internacional", avaliou.
O executivo destacou a importância de se usar a nova empresa para abrir o leque de contato com bancos internacionais para financiar investimentos da indústria do petróleo, que tem características diferentes de outras captações. A primeira plataforma de petróleo da OSX, que custou US$ 450 milhões e deve chegar ao país no primeiro semestre, para que a companhia comece a produzir em meados do ano, foi financiada por um pool de cinco bancos estrangeiros. "Não existe este tipo de operação financeira em bancos brasileiros", afirmou.
Correia, que toca a diretoria de investimentos da EBX, informou que a holding está abrindo uma nova frente de negócios com ouro. "É uma volta ao ouro. Estamos aguardando o parecer dos acionistas da canadense Ventura Gold sobre a proposta de compra de 100% da companhia, que tem ações na Bolsa de Toronto. Oferecemos US$ 1,2 bilhão por ela. Não foi oferta hostil. Temos 19% da empresa, que tem recursos medidos de 4 milhões de onças".
No dia 15 de fevereiro, a EBX terá a resposta dos acionistas da Ventura Gold, cujas minas de ouro ficam na Colômbia. "Se conseguirmos adquirir a empresa, vamos fazer uma OPA para os minoritários de Toronto e fechar seu capital. Mais tarde, poderemos fazer um IPO, que pode atrair novos investidores", destacou Correia. O grupo EBX pretende investir US$ 15 bilhões entre 2010 e 2012 nos setores de óleo, gás, energia, mineração e offshore no Brasil.
Fonte: Valor Econômico/Vera Saavedra Durão | Do Rio
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