Os produtores de milho paranaenses estão tranquilos em relação aos preços de comercialização do grão nos últimos meses. Depois do valor recorde do mês de agosto - R$ 26,60 a saca de 60 quilos - os preços se mantiveram estáveis entre setembro e outubro, sofrendo com leves variações para cima ou para baixo no Estado. Enquanto isso, outras praças nacionais, como a do Centro-Oeste, tiveram quedas bruscas, que atingiram 7,8% nos últimos 30 dias, de acordo com informativo da Céleres Consultoria.
No Paraná, a evolução de preços do grão entre janeiro e outubro (considerando o dia de ontem) é de 12,1%, segundo números do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Nos últimos cinco anos, a alta já atinge a casa dos 19%, considerando a média dos primeiros nove meses de 2012.
De acordo com o levantamento da Céleres, a justificativa para a menor desvalorização na região Sul do País e maior no Centro-Oeste é que no Sul a ''oferta de produto está menor frente à inexistência de safra de inverno em Passo Fundo (RS) e Chapecó (SC) e que ainda passaram por forte quebra na produção da última safra de verão''.
Segundo a engenheira agronôma do Deral, Juliana Yagushi, normalmente nesta época existe uma queda natural nos preços do milho. Porém, este ano, ela salienta que a demanda pelo grão está mais alta, justificada principalmente pelos baixos estoques do produto nos Estados Unidos. ''A colheita americana está terminando e os preços estão se mantendo estáveis por aqui'', analisa ela.
Em relação ao plantio da safra de verão 2012/13 até agora, a região Sul atingiu 68,2%, sendo o estado mais avançado o Paraná (88%), seguido do Rio Grande do Sul (66%) e Santa Catarina (42%), pelos números da Céleres Consultoria. Pelo Deral, os dados de plantio atingiram 86%, pouco à frente da avaliação das três safras anteriores.
Na área de plantio, o número estimado pelo Deral nesta safra é de 849 mil hectares, uma redução de 13% em relação ao ano anterior. ''Mais uma vez, o produtor optou pela soja, que está com maior liquidez e rentabilidade, com os preços elevados há certo tempo.''
Mesmo assim, a produção do grão no Estado deve atingir 6,9 milhões de toneladas, 6% a mais do que na safra passada. A produtividade deve ser incrementada em pelo menos 20%, saltando de 6,8 mil quilos por hectare para 8,1 mil quilos por hectare. ''Este aumento é justificado pela quebra de produção na safra 2011/12, devido à estiagem que o Estado enfrentou'', comenta Yagushi. Ainda assim, se aguarda uma produção de 16 milhões de toneladas na somatória das duas safras anuais. ''Mantendo a mesma média, podemos atingir o recorde das safras 2007/08, que atingiu 15,37 milhões de toneladas em conjunto.''
EUA
De acordo com informações da Céleres Consultoria com base no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), ''o desempenho das exportações de milho por parte dos Estados Unidos está abaixo do observado na safra passada''. Segundo a entidade, a estimativa da exportação para a safra 2012/13 nos EUA ''é de 29,2 milhões de toneladas, e até a terceira semana de outubro cerca de 25% deste total já havia sido negociado, representando 7,4 milhões de toneladas.''
Fonte: Folha de Londrina,PR / Victor Lopes
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