Até 2015, o Espírito Santo deve receber R$ 98,8 milhões de investimentos públicos e privados. Essa é a estimativa prevista por um estudo realizado pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN), divulgado na tarde desta quarta-feira (27), junto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes). Do total de investimentos, cera de 5% são provenientes dos cofres do Governo do Estado. Ao todo, 1.129 projetos serão desenvolvidos, 156 a mais que a pesquisa relativa a 2009-2014. Este é o maior investimento da série histórica feita pelo Instituto.
O levantamento teve início no ano passado e demonstra os principais setores de investimento e as regiões nas quais se enquadram. De acordo com a presidente do IJSN, Ana Paula Vescovi, o estudo mostra que o Estado passa por uma desconcentração territorial de investimentos. Isto é, regiões que apresentavam menor influência econômica em anos anteriores, começam a receber grandes investimentos, tornando-se mais representativas em termos de participação na economia capixaba.
Historicamente a região Metropolitana reúne a maior quantidade e diversidade de investimentos. Com a destinação maior de recursos para o interior o ritmo de crescimento deve desacelerar, atraindo maiores projetos no setor de serviços. Contudo, Vescovi explica que a região não deixará de crescer. "A região Metropolitana se configura como uma região de estágio avançado economicamente. Nos próximos anos, a gente acredita que o setor de serviços se desenvolva mais. A região não vai deixar de crescer, só não vai concentrar recursos como concentrou no passado", explicou Vescovi.
A região Sul é microregião que deve atrair a maior quantidade de recursos. "Pelo tamanho da população e participação no PIB, a Expandida Sul deve acompanhar o ritmo de crescimento da região Metropolitana", disse a presidente. Embora, o Pólo Norte, representado sobretudo pela cidade de Colatina, não acompanhe o mesmo ritmo de crescimento da Grande Vitória, foi a microregião que mais se destacou pela diversidade de investimentos, especialmente no setor de transportes e educação.
Para o secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Felix, este é um momento único para o desenvolvimento do Espírito Santo resultante, sobretudo, das atividades petrolíferas. "Este é um crescimento virtuoso e que a gente precisa aproveitar para levar o desenvolvimento de forma harmônica para todo o Estado".
A presidente do IJSN, Ana Paula Vescovi, explicou que dos 1.129 projetos anunciados, 972 foram gerados em 2010 e continuam na carteira já que ainda não foram concluídos. Acrescentou ainda que todos os investimentos previstos estão acima de R$ 1 milhão. Quanto à variação do montante destinado aos projetos, a presidente esclareceu que o valor varia em função dos gastos com infraestrutura e mão-de-obra envolvidos na execução.
O setor de infraestrutura lidera o ranking de investimentos (R$ 59,6 milhões), seguido pelo setor de energia (R$ 47,9 milhões) e indústria (R$ 28,4 milhões). Para Vescovi essa é uma característica positiva e necessária dada a importância que representa em relação ao desenvolvimento do Espírito Santo. "O setor de infraestrutura melhora o ambiente de negócios e gera atrativos para novos investidores, contribuindo para o crescimento do Estado". O setor representa 60,45 dos investimentos previstos até 2015, recebendo R$55,3 bilhões.
Segundo a pesquisa, a construção da siderúrgica de Ubu, em Anchieta, representa o maior projeto privado dom país atualmente. De propriedade da Vale, o empreendimento deve ser implantado em março de 2012, com orçamento de cerca de R$10 bilhões. No ranking dos 10 grandes empreendimentos previstos até 2015, cinco são de propriedade da Petrobras. A maior parte dos recursos destina-se às atividades de setor de petróleo e gás. Samarco e Ferrous também integram o topo de grandes investimentos.
Saúde e segurança pública representam a menor parte dos investimentos. Juntas, essas áreas possuem 139 ações a serem executadas, com custos que variam entre R$7 milhões e R$ 12 milhões para cada projeto. Segundo Felix, o fato de não estarem no topo dos investimentos, não significa que ambos os setores estejam recebendo baixos recursos. De acordo com o secretário, como as maiores projetos pertencem à iniciativa privada, obtém maior representatividade em relação à participação pública.
"Os investimentos privados no Estado são recordes e os investimentos públicos também. Os recursos do Governo não são pequenos, mas é que nossa carteira é gigantesca".
Fonte: ES Hoje/Por Andréia Foeger
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