Em fevereiro, a estimativa da safra de grãos do Ceará para 2014 já apresentou a primeira queda em relação à projeção inicial. Conforme o segundo relatório do ano do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, que considera o período de 16 de janeiro a 15 de fevereiro, a expectativa é que sejam produzidas este ano em todo o Estado 1.004.154 toneladas de grãos. O número corresponde a uma redução de 6,08% em relação a primeira estimativa do ano (1.069.109 t).
Em comparação a 2013, que foi um ano de seca intensa, sendo uma base de comparação muito baixa, a previsão é que a safra deste ano seja 312,43% superior a safra passada.
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Para a coordenadora do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do IBGE no Ceará (GCEA), Regina Feitosa, "apesar da perspectiva da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) de que as chuvas ficarão abaixo da média pelo terceiro ano seguido no Ceará, a safra cearense poderá ser melhor esse ano".
Região do Cariri
É que, segundo ela, na macrorregião do Cariri o desvio negativo em relação a média das precipitações pluviométricas foi muito pequeno, de 1,7%. "Não podemos esquecer que e é nessa macrorregião que se concentra a produção de milho, que é o carro-chefe da safra de grãos do nosso estado", argumenta. A normal pluviométrica no Cariri é de 160,9 milímetros, enquanto a precipitação observada foi de 158,2 milímetros.
Contudo, o milho é uma das culturas que apresentou variação negativa em relação as projeções iniciais. O relatório aponta redução das áreas de plantio devido a falta de chuvas em municípios das microrregiões da Ibiapaba, Coreaú, Santa Quitéria, Canindé, Sertão de Quixeramobim e Baixo Jaguaribe.
Frutas frescas
Em relação às frutas frescas, a produção esperada é de 1.375.583 toneladas, representando uma queda de 0,14% em comparação ao prognóstico anterior (1.377.531 t). Comparando ao ano passado, o crescimento estimado é de 25,56%. A previsão de produção total da castanha de caju em 2014 é de 163.402 toneladas - quantidade 0,45% maior face a previsão inicial e 208,46% maior em relação a safra de 2013.
Riscos
A coordenadora do GCEA chama a atenção para os riscos que culturas irrigadas correm devido as reservas dos açudes. "Apesar de termos melhores chuvas no interior do estado este ano, ainda não choveu suficiente para recarregar nossos açudes. E eles são o aporte hídrico para a agricultura irrigada do Ceará, que tem se destacado no cenário internacional", alerta.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Ângela Cavalcante