Os executivos da indústria petroleira estão mais pessimistas este ano do que em 2015. Pesquisa realizada pela Price waterhouse Coopers (PwC) com 71 presidentes de companhias do setor de óleo e gás de 34 países indica que apenas 27% dos entrevistados preveem um crescimento da economia global este ano, contra um percentual de 33% obtido em levantamento semelhante feito no ano passado.
Segundo Arthur Ramos, líder da equipe de Óleo e Gás da PwC no Brasil, mais do que a preocupação com a demanda, os executivos do setor estão atentos à sobreoferta de petróleo existente no mercado hoje. "Há a perspectiva de uma situação ainda de uma pequena sobreoferta, de uma certa folga nos próximos anos. O mercado está muito mais atento à redução marginal [da oferta] do que na retomada da demanda", disse ao Valor.
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Diante do cenário preocupante, sobretudo devido ao baixo preço do petróleo, as companhias deverão continuar com o movimento de ajustes em 2016. Um total de 68% dos executivos do setor disseram que devem promover corte de custos este ano. No Brasil, segundo Ramos, não será diferente.
"Esses ajustes refletem no Brasil até com mais intensidade, em função da crise da Petrobras. Mas o receituário de desinvestimento, redução no custo de pessoal e até de portfólio está acontecendo e tem de ser feito", afirmou.
Segundo a PwC, 72% dos executivos acham que há mais ameaças a serem enfrentadas hoje do que há três anos. As principais preocupações, para eles, são incertezas geopolíticas (apontadas por 89% deles), excesso regulatório (79%), carga tributária crescente (76%) e mudanças climáticas (70%).
Segundo Ramos, porém, a principal mudança regulatória em discussão no Brasil, a flexibilização das regras de acesso ao pré-sal, pode ser vista mais como uma oportunidade do que como um risco.
Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito | Do Rio