Um estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) constata que o total de exportações de mercadorias para a China pode cair drasticamente como resultado da crise do coronavírus. Citando a dramática queda na demanda como os fatores que afetam as exportações totais para a China, o relatório da ONU suscita preocupações pelas economias que dependem das exportações de bens primários.
As exportações globais de commodities para a China, segundo o estudo, podem cair quase pela metade em 2020, para US$ 15,5 bilhões, contra US$ 33,1 bilhões em 2019.
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O estudo da UNCTAD publicado antes da última rodada de atritos políticos entre a China e os Estados Unidos destaca o impacto contínuo do coronavírus no comércio global e as possíveis ramificações para a indústria naval.
Além dessas tensões, há relatos de que a China também disse às empresas estatais que interrompam as compras de soja e suínos dos Estados Unidos. Segundo a Reuters, a China está pronta para interromper as importações de mais produtos agrícolas se Washington tomar mais medidas em Hong Kong.
Há setores, no entanto, que continuarão com a exportação em alta, mas em uma taxa mais lenta. Por exemplo, a Unctad projeta que as importações de ferro ainda aumentarão, mas o crescimento pode cair em dois terços, de uma projeção de crescimento anual pré-coronavírus de 19%, para 6%.
Entre os setores de commodities projetados para continuar mostrando força, estão as importações chinesas de soja, que agora mostram um aumento de 10% em relação às previsões anteriores, para um crescimento total de 34% ano a ano. A taxa de crescimento anual das importações de cobre também deve dobrar, de uma projeção pré-pandêmica de 5,4% para uma nova estimativa de 11% de crescimento total.