As exportações brasileiras de suco de laranja somaram 807 mil toneladas equivalentes ao produto congelado e concentrado (FCOJ) nos dez primeiros meses desta safra 2018/19 (julho do ano passado a abril deste ano), conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Em relação ao mesmo período da temporada, houve queda de 14%. Na comparação, a receita com os embarques recuou 13%, para US$ 1,4 bilhão.
Segundo a entidade, os embarques para os principais importadores do produto do país continuam em queda. Para a União Europeia, o volume caiu 5% nos dez primeiros meses da safra, para 531 mil toneladas, a receita diminuiu 3%, para US$ 989 milhões; para os EUA, as retrações foram de 32%, para 173,7 mil toneladas, e 33%, para US$ 305 milhões; e para o Japão os recuos foram de 11%, para 36 mil toneladas, e 10%, para US$ 71 milhões.
PUBLICIDADE
As vendas para a China também encolheram. Somaram 27,8 mil toneladas de julho de 2018 ao último mês de abril, 8% menos que no mesmo período do ciclo passado, e renderam US$ 56 milhões, uma baixa de 6%. Apesar da redução, a CitrusBR está confiante em relação ao mercado do país asiático, sobretudo depois que esteve representada na missão da ministra da Agricultura Teresa Cristiana pela Ásia, na qual a China foi a principal escala.
“Estivemos reunimos com a Associação Chinesa de Bebidas, que representa mais de 80% de toda a indústria local, e com Câmara chinesa de Comércio de Importação e Exportação de Alimentos. Estabelecemos uma agenda que, ao que tudo indica, será muito importantes para sensibilizar Pequim”, diz Ibiapaba Netto, diretor-executivo da entidade, em comunicado.
Ele lembra que o principal nó a ser desatado é a chamada tarifa de temperatura, um “gatilho” que é disparado caso o suco chegue à aduana chinesa numa temperatura mais quente que 18 graus Celsius negativos. “A tarifa de importação literalmente dispara de 7,5% para 30%, o que é muito ruim”, diz Netto.
No comunicado, ele afirma que o “gatilho” inviabiliza investimentos em terminais locais para receber o produto a granel, que é entregue entre 8 e 10 graus Célsius negativos no caso do suco concentrado (FCOJ) e entre zero graus e 2 graus positivos para o suco pronto para beber (NFC). Atualmente, as vendas são realizadas por navios containers, com o suco embarcado em tambores. Segundo a CitrusBR, os chineses têm demonstrado interesse em ampliar sobretudo as compras de NFC.
Fonte: Valor