Brasil exportou US$ 9,4 bilhões para os países árabes no ano passado. Os números foram divulgados pelo presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Taufic Schahin.
O entrosamento entre o Brasil e o mundo árabe tem registrado um fortalecimento, que os números do comércio bilateral comprovam.
Com um difícil cenário marcado pela crise global em 2009 - no caso árabe, agravada pela queda nos preços do petróleo e no brasileiro, pela valorização do real frente ao dólar - as exportações brasileiras para os 22 países da Liga Árabe fecharam o ano com um total de US$ 9,4 bilhões, queda de apenas 4,36% em relação ao valor alcançado no ano anterior.
Para Salim Taufic Schahin, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que ontem apresentou os resultados do intercâmbio em 2009, "apesar da queda, o desempenho é considerado positivo, ainda mais se confrontado com a queda geral do comércio do Brasil com o mundo, que foi de 22%."
Segundo ele, é possível que 2010 ainda apresente um cenário estável, "mas certamente o ano de 2011 será extremamente favorável no que se refere ao intercâmbio entre os países, não só pela melhora nas condições globais como pelas várias ações desenvolvidas pela instituição, visando melhorar a presença dos produtos brasileiros na região.
"De 2005 para cá, tanto a realização da Primeira Cúpula América do Sul-Países Árabes (em maio de 2005 em Brasília) e a decisão política do presidente Luis Inácio Lula da Silva, de incentivar as relações comerciais e culturais com o mundo árabe tem sido extremamente importante para que alcancemos os objetivos de aumentar esse intercâmbio," afirma Schahin.
Ele adiantou que o ministro da Indústria e Comércio, Miguel Jorge, já tem agendada uma visita à região, para o primeiro semestre, e "estamos torcendo para que se concretize uma segunda visita ainda este ano".
Em 2009, a Arábia Saudita foi, entre os 22 integrantes da Liga Árabe, o país que mais importou produtos brasileiros (US$ 1,95 bilhão, uma queda de 23,8% em relação a 2008), seguida pelos Emirados Árabes Unidos (US$ 1,77 bilhão, com um significativo crescimento de 33,9%, Egito ( US$ 1,44 bilhão, aumento de 2,51%) e Argélia (US$ 714 milhões, uma alta de 12,92%) .
Com uma pequena presença de manufaturados, o forte das exportações brasileiras continua sendo no setor de commodities. "O agronegócio brasileiro tem ampliado sua competitividade e sua presença é marcante no mundo árabe, com o aumento das exportações de carne (frango e bovina),soja, leite e derivados, açúcares e milho, informou Schahin".
"Outro fato que é importante ressaltar" - afirma o presidente da Câmara de comércio - "é que, em função da crise, vamos gerar um grande superávit comercial porque as principais importações brasileiras com o mundo árabe são de petróleo e derivados de petróleo.
Como o preço do óleo caiu e as importações brasileiras também caíram, em volume, em função da maior produção interna, isso resultou num saldo comercial favorável importante para o Brasil este ano.
Essa é uma grande mudança, porque o Brasil sempre teve um déficit com o mundo árabe, em função das importações de óleo". E a tendência, ele acrescenta, "é que a gente mantenha um superávit nos próximos anos."(Fonte: Brasileconômico/Claudia Bozzo)
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