Dizendo-se mais uma das vítimas da crise da Petrobras, deflagrada pela operação Lava-Jato, de investigação de pagamento de propinas em contratos da estatal, a TKK Engenharia entrou ontem com pedido de recuperação judicial. Em comunicado, a empresa informou que tem um dívida de R$ 60 milhões. O pedido foi protocolado no Tribunal de Justiça de São José dos Campos (SP), onde é sua sede.
A TKK diz fazer parte da cadeia de fornecedores da petrolífera e que "nos últimos meses teve diversos contratos cancelados de forma unilateral pela estatal". Informa que a solução para manter seu negócio vivo foi entrar com recuperação judicial, pois vem acumulando prejuízos desde o início do ano. Segundo a nota, ganhou várias concorrências e licitações nos últimos anos e, para isso, contratou funcionários e financiamentos para viabilizar as obras.
"Agora, com o baixíssimo faturamento, não é possível pagar nem os colaboradores em dia, quanto mais os financiamentos", informa Carlos Deneszczuk, sócio da DASA Advogados, que coordena a recuperação judicial. O escritório atua junto com a Quist Investimentos.
A empresa informa que somente em dois dos consórcios paralisados pela estatal teve de demitir mais de 3.500 funcionários. Encargos com rescisões trabalhistas consumiram boa parte dos recursos restantes da companhia, informam os advogados.
Atuando na área de construção e montagem offshore (plataformas), a TKK já teve faturamento anual superior a R$ 200 milhões. Segundo assegura, está isenta de investigações na Lava-Jato. Segundo seus advogados, a empresa ingressou com ações judiciais de ressarcimento contra a Petrobras pelos contratos quebrados.
Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro | De São Paulo
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