RIO - Após mais de 24 horas, seis funcionários da Vale continuam sendo reféns de índios do Povo Guajajara, a cerca de 350 quilômetros de São Luís, no Maranhão, na região de Alto Alegre do Pindaré. Os indígenas invadiram na noite de quarta-feira a Estrada de Ferro Carajás (EFC), da companhia, e prenderam alguns trabalhadores locais.
Entre as reivindicações para a soltura dos funcionários, os índios querem negociar a construção de um posto de saúde na região. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde, as reivindicações são relacionadas à Fundação Nacional do Índio (Funai) e não ao posto de saúde, pois as obras já teriam sido contratadas.
O prazo dado pela Secretaria para o término das obras é o dia 22 de junho deste ano. No entanto, o posto de saúde não começou a ser construído. Segundo a assessoria, fortes chuvas impediram que os materiais fossem levados até o local. "Como já providenciamos a construção do posto, a licitação já foi feita e a empresa contratada, não chegou nenhuma reivindicação para nós", informou a assessoria.
Os índios querem ainda, para liberar os funcionários da Vale, a presença de professores na escola da região, além do repasse de verbas pela Funai para a compra de materiais agrícolas. Este último motivo levou 50 índios da mesma tribo a bloquearem por 10 horas a ferrovia, há um ano. Deste vez, o transporte de passageiros, de minério de ferro e de combustíveis foi interrompido por apenas quatro horas.
A Funai informou estar ciente da situação de conflito entre indígenas do povo Guajajara e funcionários da Vale. No entanto, segundo a fundação, as "reivindicações que os indígenas apresentam no momento são dirigidas a Secretária Estadual de Educação do Maranhão e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde)".
De qualquer forma, a Funai informou estar em contato com os indígenas e com os demais envolvidos, "buscando alcançar rapidamente uma solução negociada". "Porém, no momento, não podemos afirmar quando as negociações serão concluídas", informou em nota.
(Fonte: Valor Online/Juliana Ennes)
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