O grupo Gerdau confirmará, nesta quinta-feira, durante solenidade no Palácio Piratini, a implantação de uma nova aciaria no Rio Grande do Sul. O investimento, que ficará entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões, será feito em Sapucaia do Sul e é praticamente uma ampliação da unidade (Usina Riograndense) que a empresa possui no município. A expansão deve ser concretizada a partir de 2015. A empresa não adiantou detalhes sobre o empreendimento, pois divulgará o balanço do terceiro trimestre na manhã desta quinta-feira.
O vice-presidente da área de aços especiais e longos da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), Adelar Santarem, relata que a Gerdau produz, em Sapucaia do Sul, perfis laminados, trefilados, arames e pregos. Para o dirigente, a iniciativa da companhia é uma notícia muito importante para o Rio Grande do Sul, que significará mais geração de renda e de postos de trabalho. Ele salienta que a perspectiva é de que o último trimestre de 2012 seja melhor do que os anteriores para o setor da siderurgia. O crescimento da indústria automobilística deve contribuir para que essa previsão seja concretizada. “E 2013 deve ser um ano muito melhor do que este”, projeta.
O dirigente da AARS lembra que o Rio Grande do Sul é o segundo maior consumidor de aço do Brasil, atrás apenas de São Paulo. Por isso, Santarem argumenta que há espaço, futuramente, para novos investimentos nessa área no Estado. Entre os complexos que podem favorecer essa expectativa está o polo naval de Rio Grande.
O analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, recorda que a crise econômica mundial, em 2008, abateu também a siderurgia. “Principalmente na ponta do mercado, os bens duráveis”, comenta. Galdi acrescenta que o segmento de aços planos ainda hoje verifica excesso de oferta, o que afeta empresas como, por exemplo a Usiminas. No entanto, companhias como a Gerdau, que atuam na área de aços longos, são menos impactadas. “Por isso faz sentido uma expansão de produção da Gerdau”, afirma o especialista. Ele enfatiza que a Gerdau precisa se preparar para atender a mercados como o da construção civil, que vem crescendo no País.
Conforme o balanço da Gerdau publicado em agosto, o desempenho da empresa, no segundo trimestre de 2012, foi influenciado, principalmente, pela maior demanda por aços longos no mercado brasileiro, o que resultou em 11% de crescimento na receita líquida consolidada perante o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 10 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre do ano, a receita líquida apresentou 8% de evolução. As vendas físicas consolidadas, por sua vez, foram de 4,8 milhões de toneladas, volume praticamente em linha ao verificado no segundo trimestre de 2011 e no primeiro trimestre de 2012. A produção consolidada de aço, de 5 milhões de toneladas, também apresentou estabilidade na comparação com ambos os períodos.
O lucro líquido consolidado atingiu R$ 549 milhões no segundo trimestre, 9% de evolução frente ao mesmo período do ano anterior, influenciado pelo impacto financeiro não recorrente no segundo trimestre de 2011 em razão da antecipação do pagamento de dívidas.
Fonte: Jornal do Commercio(RS)
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