O diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, sinalizou ontem com um robusto programa de investimentos em ativos fixos para o período 2014-2018, que será apresentado ao mercado em fevereiro. Conforme o executivo, a tendência é que o plano mantenha "mais ou menos o nível [médio anual] de Capex que temos feito nos últimos dois anos".
"Ainda temos alguns investimentos em andamento que são grandes e teremos novos", disse Johannpeter em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre. O programa válido para o ciclo 2013-2017 prevê aportes de R$ 8,5 bilhões, mas considerando a referência utilizada pelo diretor-presidente o próximo plano poderia ficar entre R$ 12,5 bilhões e R$ 14 bilhões no acumulado dos cinco anos.
De janeiro a setembro deste ano o montante investido alcançou R$ 1,9 bilhão, com queda de 20,8% ante igual período de 2012, mas incluindo os desembolsos feitos desde o início do ano passado o valor acumulado nos dois exercícios já chega a R$ 5 bilhões, ou R$ 2,5 bilhões anuais em média. Nos últimos 24 meses, desde o quatro trimestre de 2011, a cifra vai a quase R$ 5,7 bilhões, numa média de R$ 2,8 bilhões ao ano.
Conforme Johannpeter, a expectativa é que o consumo de aço no mercado interno chegue a 27 milhões de toneladas em 2014, antes as 26 milhões de toneladas projetadas para este ano (que já representam alta de 3,2% sobre 2012), estimulado pelas concessões do governo federal, pelas obras de mobilidade para a Copa do Mundo e pelos projetos relacionados à Olimpíada de 2016 no Rio. Ele também estima alta de 3% na demanda nos Estados Unidos no ano que vem sobre as 97 milhões de toneladas projetadas para 2013 pela World Steel Association (WSA).
Entre os investimentos anunciados para os próximos anos está o início da produção de chapas grossas em Ouro Branco (MG), entre o fim de 2015 e o início de 2016, com capacidade de 1,2 milhão de toneladas anuais. "O projeto está andando bem e os equipamentos já estão comprados." Segundo Johannpeter, a operação poderá atender "parte importante" da demanda de aço para a exploração do pré-sal. "Estamos estudando o mercado."
Até o início de 2015 o grupo pretende colocar em operação a usina de perfis estruturais no México, com aporte de US$ 600 milhões e capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de aço e 700 mil toneladas de laminados por ano. Outro projeto em andamento é o aumento da produção de minério de ferro em Minas Gerais para 18 milhões de toneladas por ano em 2016.
Em setembro, com a entrada em operação da segunda unidade de tratamento de minério em Miguel Burnier, a capacidade passou de 6,5 milhões para 11,5 milhões de toneladas anuais, ritmo que deve ser alcançado até o fim desde ano.
No terceiro trimestre deste ano, o lucro líquido consolidado da Gerdau cresceu 57,4% sobre igual período de 2012, para R$ 642 milhões. O lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) avançou 36,8%, para R$ 1,413 bilhão, puxado pelas operações brasileiras, com expansão de 42,1%, para R$ 982 milhões. A receita líquida consolidada cresceu 6,9%, para R$ 10,494 bilhões.
Fonte: Valor Econômico/Sérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre
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