Cinco anos após a lei que mudou as regras do negócio petroleiro na Venezuela, a estatal PDVSA ainda briga na Justiça para não pagar indenizações às gigantes Exxon e Conoco Philips. Mas, à caça de investimento privado, comemora novos negócios com multinacionais.
Em 2007, Chávez anunciou a "nacionalização" do setor - na prática, a renegociação compulsória de contratos de parceria com privados para a exploração. A PDVSA teria de se tornar sócia majoritária de todos os projetos.
Nem Exxon nem Conoco Philips aceitaram o valor proposto para compensar seus investimentos. Dispostas a fincar presença no país das maiores reservas de petróleo do mundo, a americana Chevron, a italiana ENI e a espanhola Repsol aceitaram as novas condições.
Os novos contratos incluem pagar "bônus" de entrada nos negócios, já que a PDVSA tem mostrado menos fôlego para investimento.
A Petrobras não entrou no grupo. Optou por deixar a Venezuela e vive má fase com a empresa. A PDVSA tem tido dificuldade de obter garantias para tomar financiamento no BNDES para a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, projetada para ser uma parceria entre as estatais.
O crédito para a PDVSA vem fluindo da China. De 2007 para cá, Pequim acertou empréstimo de US$ 32 bilhões (R$ 65 bilhões) à estatal em troca de envio de petróleo. A PDVSA também lançou títulos em dólares. A dívida se multiplicou desde 2006: de US$ 4 bilhões para US$ 35 bilhões.
Fonte: Folha / Flávia Marreiro
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