A Glencore, maior trading global de commodities, e a mineradora Xstrata estão no topo da lista de possíveis compradores dos ativos de carvão na Colômbia pertencentes à Drummond, companhia americana de controle familiar. As minas - que incluem uma ferrovia e um porto - poderão valer entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, disseram fontes familiarizadas.
Uma segunda rodada de propostas deverá acontecer em breve, informaram as mesmas fontes. Com o aumento dos preços do carvão, o leilão da Drummond atraiu, inicialmente, interesse de grandes grupos, como a Vale, a Anglo American e a americana Peabody.
Alguns dos interessados, entre eles a Vale, tinham decidido não participar dessa segunda rodada por acreditar que a família Drummond está cobrando um preço alto demais, disseram as fontes.
Anteriormente, a empresa com sede no Alabama desistira de vender suas operações por achar que os preços eram inadequados. Ainda é incerto se desta vez venderão, dizem banqueiros.
A Glencore e a Xstrata - interligadas pela participação de 35% da trading na mineradora - são, ambas, nos últimos dois anos, controladoras do complexo Prodeco minerador de carvão, na Colômbia. A Xstrata detém outros interesses no setor carbonífero colombiano, mediante seu controle parcial da mina Cerrejón. A Glencore, Xstrata e Drummond não comentam o assunto.
Banqueiros e executivos do setor disseram que a Glencore poderá combinar o carvão de alta qualidade produzido pela Prodeco com o de menor qualidade da Drummond. "Ao mesclar os dois tipos de carvão, a Glencore poderia tocar suas operações de forma muito eficiente", disse uma fonte. Embora a Drummond esteja envolvida em mineração e construção imobiliária americanos, as operações na Colômbia hoje constituem a maior parte do valor do grupo.
Garry Drummond, presidente da empresa fundada por seu pai, adquiriu na década de 80 os direitos à mineração de uma área de extração de carvão térmico no norte da Colômbia. Em 2009, as operações colombianas despacharam 21,7 milhões de toneladas de carvão de Puerto Drummond, que estaria incluído na venda. Essas operações têm hoje lucros antes de juros, impostos depreciação e amortização (lajida) de até US $ 1 bilhão, estimam fontes.
O preço do carvão térmico, por vezes denominado "carvão-vapor", subiu para US$ 115 por tonelada, na semana passada, recorde em dois anos, alta de 70% sobre os baixos patamares em 2009, durante a crise financeira, devido a forte demanda da China e da Índia.
Em julho, a Drummond contratou o Bank of America e Merrill Lynch para encontrar parceiros para expandir seus negócio em carvão. Mas a avaliação levou a um processo de venda, dizem pessoas próximas ao negócio, devido ao crescimento dos valores e do interesse em ativos de carvão.
Fonte: Valor Econômico/MacNamara | Financial Times, de Nova York e Londres
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