O risco geopolítico no leste da Europa reforça o viés “bullish” (de alta) para commodities e o caso de possuir matérias-primas na carteira nunca foi tão forte, avaliam os analistas do Goldman Sachs, em relatório a clientes. “Enquanto grandes interrupções [na cadeia de oferta] não beneficiariam nenhum dos lados do conflito, o grave estado de esgotamento na maioria dos mercados de commodities hoje sugere que mesmo pequenas interrupções poderiam ter um risco de preço excepcionalmente alto”, ponderam os profissionais.
Eles observam que o argumento otimista para as commodities não se baseia no atual cenário geopolítico de tensões, mas, sim, na vingança da velha economia que levou ao subinvestimento na capacidade de oferta de matérias-primas, ao mesmo tempo em que as políticas de redistribuição de riqueza do lado da demanda na sequência da pandemia aumentaram substancialmente demanda de mercadorias. “O risco geopolítico atual só reforça este ‘bull case’ em nossa vista”, escrevem eles.
Os profissionais apontam que, no momento, é a incerteza em torno de possíveis sanções à Rússia que está começando a criar um choque de oferta potencial, elevando os preços de commodities. “A nosso ver, até que a incerteza em torno da situação em rápida escalada seja resolvida, o risco do preço das commodities permanece enviesado para cima, com uma nova escalada que provavelmente enviará os preços do gás natural europeu, do trigo, do milho e do petróleo acima dos níveis já elevados”, apontam.
Nesse sentido, eles enxergam um “claro risco” de que o petróleo WTI atinja US$ 125 por barril, caso o mercado global precise se equilibrar, até o verão de 2022 diante dessas preocupações. “Acreditamos que a destruição da demanda de petróleo seria necessária em todo o mundo para impulsionar o reequilíbrio mais rápido nos mercados globais de petróleo”, dizem os analistas do banco americano.
PUBLICIDADE
Fonte: Valor