RECIFE - A greve dos 55 mil trabalhadores nas obras de construção da refinaria Abreu e Lima (Rneste) e Petroquímica Suape (PQS), no município metropolitano de Ipojuca, perdeu força e 70% dos operários retomaram ontem, quarta-feira, 21, suas atividades.
Sem poder realizar assembleia com os trabalhadores na portaria da refinaria, por decisão judicial - que concedeu liminar a uma solicitação patronal - o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada em Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, afirmou que restam poucas pendências a serem tratadas e que na sexta-feira, a paralisação, iniciada em 30 de outubro e considerada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6. Região (TRT6), deve chegar ao fim.
As pendências se referem à reivindicação de abono dos dias parados e reversão de 50 demissões por justa causa. A equiparação salarial - principal motivo da paralisação - "está praticamente alinhada", de acordo com Amaral. Os operários reclamavam de diferença de até 47% na remuneração de uma mesma função, vez que as empresas dos consórcios responsáveis pelas obras adotam políticas salariais diferentes.
O Sintepav-PE tentou, na terça-feira, 20, em Brasília, retomar as negociações com a mediação do ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, que desempenhou esta missão, sem sucesso, em duas rodadas realizadas nos dias 10 e 12. Desta vez o presidente do sindicato nem foi recebido, sob a alegação de que não trazia nenhuma nova proposta a ser apresentada aos empregadores.
Com o movimento enfraquecido, o Sintepav-PE vai distribuir, amanhã, dia 22, um panfleto explicando aos trabalhadores que as negociações acerca das pendências restantes estão em curso. "Quem concordar (dos 30% restantes), deve voltar ao trabalho", afirmou Amaral.
Fonte:Angela Lacerda, O Estado de S. Paulo
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