Diferenças culturais e no modelo de administração entre empresários chineses e executivos e trabalhadores brasileiros voltam a gerar alterações na gestão de empresas de origem asiática com atuação no Ceará. Este foi o motivo da empresa de mineração Globest Participações - da China - alterar a composição acionária por divergências administrativas entre os sócios.
De acordo com comunicado publicado na imprensa, na edição de ontem, o Grupo Prosperity, com sede em Hong Kong, na China, assumiu integralmente o controle acionário da Globest, que atua na área de mineração no Estado do Ceará. O grupo informa que "em 30.06.2014, encerram-se as negociações para a separação total de negócios no Brasil, com o sr. Li Ping", taiwanês, naturalizado brasileiro e que também atende pelo nome de Charles Li.
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Exploração continua
Na mesma época, foi desligado o gerente executivo da empresa, preposto de Charles Li, o brasileiro Wei Lip Wu, segundo quem "a mudança cultural na forma administrativa adotada pelo grupo chinês" - agora sócio majoritário no negócio, teria sido o motivo para o desligamento de ambos da empresa.
Wei Lip Wu ressalta, no entanto, que, em princípio, nada deve mudar na atuação da Globest, que extrai e beneficia no município cearense de Quiterionópolis, minério de ferro para exportação à China. De acordo com ele, nos últimos sete anos, desde o início das operações da empresa no Estado, mais de 700 mil toneladas (t.) de minério já foram extraídas, beneficiados e exportadas pela Globest, via Porto do Pecém, para cidades chinesas.
Somente este ano, foram 171,25 mil t. De minério de ferro exportados do Ceará para a China. O primeiro carregamento com 88,055 mil t. Ocorreu em janeiro, e o segundo, em maio, mês em foram embarcadas 83,2 mil t. De minérios de ferro, dos tipos Lumps e Fines, para a cidade de Xingang, na China.
Potencial
Wei Lip Wu avalia que a jazida de Quiterionópolis ainda dispõe de potencial de exploração de, pelo menos, mais cinco vezes à quantidade extraída, o que asseguraria explorar a área por mais quatro ou cinco anos. A reportagem procurou a empresa Globest, por meio da Assessoria de Imprensa, que informou ter repassado os questionamentos ao vice-presidente da mineradora, Freire de Sena. Até o fechamento desta edição, nenhuma resposta foi encaminhada à redação.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)