Em meio às disputas comerciais entre Pequim e Washington, e apesar de compras pontuais, as importações chinesas de soja americana recuaram 99% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2017, para apenas 69,3 mil toneladas. Em contrapartida, as compras do grão do Brasil aumentaram 126% na comparação, para 4,4 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China.
Diante desse movimento em dezembro - no total as compras caíram 40,1% no mês, para 5,7 milhões de toneladas -, dados compilados pelas agências Reuters e Dow Jones Newswires sinalizaram que, no total, as importações chinesas diminuíram 7,8% em 2018, para 88,03 milhões de toneladas, o menor volume desde 2008.
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Parte da queda pode ser creditada à redução do crescimento econômico da China, mas a guerra comercial também teve influência. Em meio a divergências e após os americanos criarem novas tarifas sobre a importação de produtos chineses, em julho Pequim respondeu sobretaxando em 25% a soja em grão americana.
Daí porque mesmo no quarto trimestre do ano passado, período em que o natural seria a China comprar mais sobre dos EUA por questões sazonais ligadas à colheita, o Brasil foi a origem preferida.
Mas se houve queda nas importações de soja da China em 2018, o contrário aconteceu com o milho. Segundo a alfândega chinesa, o país asiático comprou 3,5 milhões de toneladas do grão no ano passado, 4.036,5% mais que em 2017. Somente em dezembro, as compras somaram 416,8 mil toneladas, um incremento de 6.935,2%.
O serviço aduaneiro também informou na sexta-feira que o país comprou 2,9 milhões de toneladas de trigo em todo o ano passado, 33,1% menos que em 2017. Já as aquisições de óleo de soja do país no exterior registraram uma retração de 16% no ano, para 549,13 mil toneladas.
Fonte: Valor