A Queiroz Galvão Exploração e Produção admitiu ontem que fatores conjunturais da indústria de óleo e gás podem atrasar o desenvolvimento do projeto de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos. A empresa esclareceu, no entanto, que não há neste momento elementos suficientes para estimar, "com razoável grau de certeza", qualquer impacto no cronograma do projeto, no bloco BM-S-8.
A companhia emitiu ontem comunicado ao mercado, em resposta à BM&FBovespa sobre a oscilação das ações da petroleira na terça-feira, quando os papéis da empresa fecharam o dia com queda de 12,4%. Ontem, as ações recuperaram parte das perdas do dia anterior e encerraram o pregão com alta de 5,2%, a R$ 5,85.
A empresa acredita que o movimento das ações tenha sido contagiado pelas declarações prestadas naquele dia pela Galp Energia, sócia da Queiroz Galvão em Carcará. Na ocasião, a petroleira portuguesa admitiu que o cronograma de Lula, no pré-sal de Santos, deve atrasar em um ano, em média, em função do atraso esperado na entrada em operação das plataformas.
A Galp não chegou a mencionar atrasos na execução de Carcará, mas a expectativa do mercado é que o cronograma dos projetos operados pela Petrobras sofra uma revisão geral, em função dos desdobramentos da Lava-Jato sobre o fôlego de investimentos da estatal e de seus fornecedores.
"Especificamente sobre o bloco BM-S-8, a Galp mencionou que o escoamento de gás é um desafio para o desenvolvimento do projeto Carcará. A Galp assinalou que suas avaliações internas sobre o atraso em seus projetos possuem alto grau de incerteza, que deverão ser revistas após o posicionamento do operador dos blocos em que detém participação [a Petrobras]", informou a empresa, em nota.
A petroleira acrescentou, ainda, que o consórcio responsável por Carcará está avaliando alternativas para o escoamento do gás e que aguarda a divulgação do plano de negócios da Petrobras para avançar com o projeto.
O inicio da produção em Carcará está previsto para 2018. A própria estatal, contudo, já admitiu que as projeções do plano devem ser revistas este ano. A estatal opera o BM-S-8, com 66%, em sociedade com a Galp (14%), a Queiroz Galvão (10%) e a Barra Energia (10%). Para este ano, estão previstas novas perfurações no bloco, tanto nas áreas de Carcará como Guanxuma.
Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito e André Ramalho | Do Rio
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