O vencimento de opções sobre o Ibovespa e de índice futuro acontece hoje, mas a bolsa brasileira já deu ontem uma ideia da volatilidade que o evento provoca no mercado. O Ibovespa começou o dia em alta, embalado pelas ações da Vale, perdeu força no meio da tarde por causa de Petrobras, chegou a operar no vermelho, mas fechou com leve ganho - porém, abaixo dos 60 mil pontos.
Além do cenário externo positivo, as ações da Vale deram gás ao mercado. Ontem foi o último dia para comprar o papel com direito a um dividendo gordo de R$ 6,1 bilhões, ou R$ 1,18 por ação. Os estrangeiros entraram maciçamente nos papéis, afirmaram operadores. Tanto que as ações da mineradora responderam por um quinto de todo o volume negociado na Bovespa, que por si só já foi expressivo, de R$ 7,5 bilhões. Vale PNA subiu 2,04%, para R$ 36,95, e o papel ON ganhou 1,89%, para R$ 38,11.
A festa no mercado começou a azedar no meio da tarde com o discurso da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, durante um evento com empresários no Rio. Ela disse inicialmente que o reajuste da gasolina com certeza vai acontecer, o que causou euforia no mercado. Logo em seguida, porém, a executiva explicou que esse reajuste não virá no curto prazo.
O ruído no discurso fez os papéis da Petrobras mudarem de direção repentinamente, chegando a cair mais de 1%. No fim das contas, tanto as ações ON como as PN encerraram o pregão estáveis, valendo respectivamente R$ 23,68 e R$ 22,80. A volatilidade da estatal afetou diretamente o Ibovespa, que terminou o dia com leve alta de 0,24%, aos 59.743 pontos.
Na lista de maiores altas, os destaques foram BM&FBovespa ON (4,48%), Braskem PNA (3,54%) e Light ON (3,24%). Segundo operadores, foi forte a presença de estrangeiros na ponta compradora de BM&FBovespa. O papel foi o sexto mais negociado, com R$ 217 milhões.
Na outra ponta do mercado, as empresas "X", de Eike Batista, lideraram as vendas. OGX ON recuou 4,20%, para R$ 5,47, acompanhada de MMX ON (-4,49%) e LLX ON (-3,32%). Circularam rumores de que o empresário estaria enfrentando dificuldades para viabilizar o investimento de US$ 40 bilhões para o Porto de Açu. Eike não comentou o caso específico de Açu, mas disse em entrevista no Rio que não há negociação para venda do estaleiro OSX (-1,72%) para a Sete Brasil, nem para associação entre as duas companhias. Ele também negou a negociação de 49% da sua companhia de exploração de ouro, a AUX, para um fundo do Catar. Mas admitiu que pode se desfazer de uma parcela menor da AUX.
O setor elétrico mereceu atenção: Copel PNB (2,50%) e Cemig PN (1,48%) subiram, enquanto Cesp PNB (-3,77%) e Eletrobras PNB (-1,32%) recuaram. O analista Marcos Severine, da Itaú Corretora, elogiou a decisão da Cemig de não renovar três concessões de hidrelétricas. Para ele, a decisão indica o compromisso da companhia com melhores práticas de gestão e com os acionistas minoritários.
Fonte: Valor / Téo Takar e Aline Cury Zampieri
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