Inseparáveis, a perspectiva de desenvolvimento econômico e o receio ligado a impactos ambientais acompanham o projeto de instalação de uma siderúrgica no Ceará desde que se conjecturava a vinda desse empreendimento, décadas atrás. Agora que a CSP inicia as obras civis, apresenta-se com mais força o temor de que os municípios no entorno sejam prejudicados com o início das operações.
Por sua vez, a companhia destaca uma série de ações voltadas para a preservação ambiental e redução dos danos, com a expectativa de assegurar que os benefícios da usina superem possíveis impactos para o Estado.
Referência
Conforme o presidente da CSP, Marcos Chiorboli, a intenção da companhia é "ser referência na implantação sustentável de projetos estruturantes". Segundo afirma, aproximadamente 20% dos US$ 5 bilhões que serão investidos pelos três sócios na companhia, serão aplicados em equipamentos e processos de controle e monitoramento ambiental.
De acordo com Chiorboli, parte desse investimento, que totaliza cerca de US$ 1 bilhão, será destinada, por exemplo, ao tratamento dos gases resultantes dos processos de transformação realizados na siderúrgica.
Ele destaca que todos esses gases serão capturados, filtrados e utilizados para a produção de energia elétrica. Conforme explica, a CSP não demandará energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) do País quando estiver operando, uma vez que irá gerar mais eletricidade do que o suficiente para se manter.
Produção de energia
A siderúrgica, afirma, irá fornecer ao SIN seu excedente de energia, que corresponderá a 36 megawatts/hora. Esse total, ilustra, é suficiente para abastecer seis municípios do porte de São Gonçalo do Amarante.
O presidente destaca ainda que a siderúrgica foi projetada para que as emissões atmosféricas resultantes de suas atividades sejam, em média 50% menores do que os limites estabelecidos na legislação ambiental.
Quanto aos resíduos sólidos que serão gerados, Chiorboli afirma que aproximadamente 97% desse material serão reaproveitados, destacando que os 3% restantes continuarão tendo acompanhamento da companhia após serem dispostos.
Em grande parte, salienta, os resíduos sólidos são formados por escórias de alto forno, que costumam ser utilizadas como matéria prima por cimenteiras, e escórias de aciaria, que podem ser usadas como base para pavimentação de estradas. Atualmente, a CSP está negociando com cimenteiras a venda das escórias que serão geradas. "Para elas, é uma matéria-prima muito importante", comenta.
Quanto à utilização de recursos hídricos, o presidente afirma que 97% da água que chegará à siderúrgica será reaproveitada em diferentes etapas da operação. "Nosso consumo é mínimo", comenta. Além disso, a companhia contará com reservatórios naturais que irão armazenar água da chuva.
Irão ajudar a abastecer a usina o Canal da Integração e o Eixão das Águas. A vazão estimada do Eixão das Águas que irá alimentar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém é de oito metros cúbicos por segundo. A CSP, por sua vez, poderá usar até 18% desse volume.
Para o presidente, o investimento feito na área ambiental minimizará significativamente os impactos na região, principalmente porque a CSP terá índices de poluição menores do que a média nacional de empreendimentos do tipo. "A vantagem de você ser o mais novo na implantação de um projeto desses, é que você está trazendo a última palavra em tecnologia".
Ele ressalta ainda as compensações ambientais que são compromisso da companhia, que não se encerram após a construção da usina.
Até agora, foram realizadas pela CSP 57 atividades de educação ambiental, entre as quais há minicursos, campanhas de limpeza, reuniões de planejamento e palestras sobre a Semana do Meio Ambiente.
Fonte: Diário do Nordeste / João Moura
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